Marielle: o PSOL quer identificar os autores das difamações para denunciar à polícia (Ricardo Moraes/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de março de 2018 às 11h38.
Última atualização em 20 de março de 2018 às 11h10.
Rio e São paulo - O departamento jurídico do PSOL e parentes de Marielle iniciaram mobilização para coletar provas e denunciar pessoas que têm usado as redes sociais para compartilhar informações falsas e difamar a vereadora. Até este domingo, dia 18, eles haviam recebido mais de 11 mil denúncias.
No Facebook e no Twitter e em áudios pelo Whatsapp, internautas têm divulgado informações - não comprovadas - de que ela teria ligação com o tráfico e que sua morte estaria relacionada a isso. Em um áudio, um homem não identificado afirma que ela só foi eleita por ter apoio de criminosos.
A tese foi reproduzida por uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio no Facebook. "Foi eleita pelo Comando Vermelho (facção) e descumpriu 'compromissos' assumidos com seus apoiadores", escreveu a juíza Marília Neves. O PSOL entrou com representação no Conselho Nacional de Justiça contra ela.
O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) foi outro que reproduziu fake news nas redes sociais. Ele escreveu no Twitter que, além de ser ligada ao Comando Vermelho, a vereadora era usuária de drogas e era ex-mulher de um traficante.
A reportagem tentou contato ontem com a juíza e Fraga, mas não obteve resposta. Ambos já apagaram as publicações.
O PSOL quer identificar os autores das difamações para denunciar à polícia. Por isso, pede que cópias das postagens sejam encaminhadas para contato@ejsadvogadas.com.br. Devem ser enviados também nome e link do perfil ou telefone de quem compartilhou.
Milhares de pessoas participaram de ato em homenagem a Marielle Franco neste domingo, 18, no complexo de favelas da Maré, zona norte do Rio, onde nasceu a vereadora do PSOL, assassinada na semana passada. Além de moradores e parentes da vereadora, compareceram o deputado estadual Marcelo Freixo e o deputado federal Chico Alencar, ambos do PSOL, e políticos de outros partidos.
Atores, como Débora Bloch, Camila Pitanga e Marcelo Adnet, também foram. Lá, mulheres da comunidade discursaram. "Pensam que lugar de preto e pobre é no cemitério ou na cadeia, mas não vamos deixar."
Em São Paulo, também houve uma marcha, que começou silenciosa, na Avenida Paulista. No protesto, mulheres também usaram vassouras com água pintada de vermelho para esfregar uma escadaria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.