Temer: o partido vai se basear nas denúncias do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, para protocolar o pedido (Christopher Goodney/Bloomberg/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de novembro de 2016 às 12h38.
Brasília - A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados se antecipou ao PT e anunciou nesta sexta-feira, 25, que protocolará na segunda-feira, 28, um pedido de impeachment do presidente Michel Temer.
"Agora sim estamos diante de um crime de responsabilidade", afirmou o líder do partido Ivan Valente (SP), em nota divulgada pela assessoria de imprensa.
Para o processo ser aberto, o pedido precisa ser acolhido pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado do governo.
O partido vai se basear nas denúncias do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, feitas em depoimento à Polícia Federal de que Temer interveio em favor dos interesses pessoais do ministro demissionário da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.
Segundo Calero, Temer pediu para que ele resolvesse o impasse na liberação do empreendimento imobiliário em Salvador (BA), onde Geddel comprou um apartamento.
O primeiro partido a defender a apresentação do impeachment de Temer foi o PT. Na quinta-feira, 24, o líder da sigla na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), disse que as bancadas na Câmara e no Senado continuarão atuando para apurar o caso, "que agora ficou muito mais grave, com o envolvimento de Temer nas denúncias".
"Identificado o crime de responsabilidade, o caminho é a abertura de um processo de impeachment de Temer. O governo Temer derrete", disse o líder em nota.