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PSL divulga ferramenta com gastos após Bolsonaro pedir bloqueio de fundo

A medida é uma resposta do grupo de Bivar às acusações de aliados do presidente sobre a falta de transparência nas contas do partido

Luciano Bivar: apoiadores do presidente do partido travam disputa com os aliados de Bolsonaro (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Luciano Bivar: apoiadores do presidente do partido travam disputa com os aliados de Bolsonaro (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de outubro de 2019 às 18h23.

Um dia após o presidente Jair Bolsonaro pedir o bloqueio de repasses do fundo eleitoral para o PSL, o presidente da sigla, Luciano Bivar, anunciou uma ferramenta no site da legenda para divulgar as contas partidárias semanalmente.

A criação da ferramenta é uma resposta do grupo de Bivar às acusações de aliados de Bolsonaro sobre a falta de transparência nas contas do PSL. O objetivo, segundo pessoas próximas ao presidente do partido, é minar a estratégia jurídica do grupo bolsonarista, que pretendia sair do partido sem perder o mandato nem o fundo eleitoral usando, como argumento na Justiça, a suposta falta de acesso às contas partidárias.

"Para que não haja nenhuma dúvida sobre a transparência das contas do partido, o diretório nacional decidiu que os dados que já eram públicos e estavam disponíveis na página da Justiça Eleitoral também poderão ser consultados na página do PSL (…) Além da inclusão dos dados que já eram públicos, o diretório nacional contratou empresa especializada para criação de um ambiente digital com ampla divulgação em tempo real das receitas recebidas pelo partido e, semanalmente, das despesas realizadas" disse Bivar, em nota.

O aumento vertiginoso dos recursos públicos recebidos pelo PSL depois que o partido passou de nanico a uma das maiores bancadas do Congresso é um dos elementos da crise entre as alas bivarista e bolsonarista do partido que já dura algumas semanas. Segundo cálculos, o PSL vai receber mais de R$ 800 milhões referentes aos fundos Partidário (R$ 110 milhões por ano) e Eleitoral (R$ 200 milhões por eleição) nos quatro anos do mandato de Jair Bolsonaro.

A ala bolsonarista pediu, na Justiça, que a direção nacional abra as contas referentes ao exercício de 2019. O pedido é parte da estratégia jurídica para o desembarque dos aliados do presidente do partido. A ideia é, segundo advogados que acompanham a crise, abrir uma "janela" para a debandada com o argumento de que a direção, sob o comando de Bivar, não é transparente.

Na tentativa de esvaziar a estratégia dos bolsonaristas, Bivar colocou à disposição uma série de documentos na sede do partido, em Brasília. Segundo o dirigente, até agora ninguém apareceu para analisar a papelada.

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