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PSL adia Cúpula Conservadora para evitar ações na Justiça

Evento pretende congregar a direita latino-americana e se contrapor ao Foro de São Paulo, realizado semana passada em Cuba

PSL: partido de Jair Bolsonaro adiou a Cúpula Conservadora das Américas, temendo possíveis acusações de campanha antecipada (Paulo Whitaker/Reuters)

PSL: partido de Jair Bolsonaro adiou a Cúpula Conservadora das Américas, temendo possíveis acusações de campanha antecipada (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de julho de 2018 às 09h34.

Rio - Depois de um dia de hesitações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) sobre a conveniência de participar da Cúpula Conservadora das Américas, a organização do evento anunciou nesta quarta-feira, 25, sua transferência de 28 de julho para 8 de dezembro. O temor de possíveis acusações de campanha antecipada, com risco de impugnação da candidatura na Justiça Eleitoral, foi crucial para a decisão do comando da legenda. O evento pretende congregar a direita latino-americana e se contrapor ao Foro de São Paulo, realizado semana passada em Cuba com a presença de representantes da esquerda.

A reportagem apurou que, inicialmente, Bolsonaro decidiu cancelar sua participação na cúpula - organizada pelos deputados do PSL Fernando Francischini (PR) e Eduardo Bolsonaro (SP). Depois, ele chegou a cogitar ir à reunião, mas cancelar a palestra que estava programada. No início da noite, Eduardo anunciou em seu perfil do Facebook a mudança final. "A transferência foi motivada pela posição do presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, no sentido de que o evento poderia gerar questionamentos perante a Justiça Eleitoral", escreveu.

Integrantes do comando de campanha afirmaram que Bolsonaro teria ficado irritado com o custo do evento, que já chegaria a R$ 200 mil. Oficialmente, a organização informa que a reunião custará no "máximo R$ 100 mil", pagos pela Fundação Indigo, ligada ao partido. O Centro de Estudos em Seguridade (CES) apoiará o encontro.

A confusão em torno da reunião foi mais uma das dificuldades que têm envolvido a articulação da chapa do candidato, que lidera as pesquisas quando o ex-presidente Lula é excluído. Bolsonaro não consegue atrair partidos para uma aliança que amplie seu tempo de propaganda no rádio e na televisão, nem arregimentar um candidato a vice para compor sua chapa.

Há ainda rivalidades entre os antigos apoiadores de Bolsonaro, que o seguem ao longo de vários mandatos parlamentares, e os recém-chegados, atraídos pela campanha eleitoral. O presidente de honra e fundador do PSL, Luciano Bivar, protagoniza disputas com Bebianno e o vice do partido, Julian Lemos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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