Os principais problemas da terceira via são a pulverização entre diversos nomes por enquanto pouco musculosos e a resiliência dos dois líderes das pesquisas. (Bloomberg/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 4 de abril de 2022 às 11h18.
Última atualização em 4 de abril de 2022 às 11h31.
Os presidentes do PSDB, MDB e União Brasil marcaram para esta quarta-feira uma reunião para discutir a possibilidade de lançar uma candidatura única da chamada "terceira via" para disputar a eleição presidencial em outubro.
Bruno Araújo (PSDB), Baleia Rossi (MDB) e Luciano Bivar (União) já vêm negociando desde fevereiro, mas este é o primeiro encontro entre os três dirigentes depois do fim da janela partidária e do prazo para a desincompatibilização de cargos. Os dirigentes devem debater os critérios do processo que escolherá o nome ao Palácio do Planalto — desempenho nas pesquisas eleitorais, baixa rejeição, composição da chapa, viabilidade financeira devem ser fatores determinantes.
O PSDB tem como pré-candidato o agora ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), que venceu as prévias do partido e renunciou ao cargo na semana passada para se lançar na corrida presidencial. Uma ala da sigla também tenta emplacar o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB), que corre por fora para se viabilizar candidato. Já o MDB trabalha pela candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS). E o União Brasil filiou na última semana o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que entrou no partido dizendo "não ter desistido de nada".
As negociações também ocorrerão em um momento de estremecimento na relação entre PSDB e o União. Na última sexta-fera, o partido comandado por Bivar convidou o agora governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), a se filiar ao partido. O PSDB, de Araújo, reagiu, chamando o secretário-geral do União, ACM Neto, a ingressar na legenda.