Eleições: "Vamos discutir dentro do partido para se encontrar uma forma salomônica e equilibrada. A ideia é casar a lista fechada com o sistema misto", disse Aécio (./Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de março de 2017 às 22h40.
Brasília - Em meio à busca para se definir um novo sistema eleitoral, o PSDB irá apresentar nas próximas semanas um projeto que estabelece para a próxima eleição geral a votação em lista fechada, com financiamento público.
No mesmo texto, deverá constar um artigo prevendo um período de transição para que em que em 2022 o sistema passe a ser o do voto distrital misto. Nesse último modelo os eleitores votam duas vez. Uma nos candidatos do distrito e outra nas legendas.
"Vamos discutir dentro do partido para se encontrar uma forma salomônica e equilibrada. A ideia é casar a lista fechada com o sistema misto", afirmou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).
Segundo ele, o financiamento público deverá ocorrer por meio da criação de um fundo eleitoral. "A questão de como serão divididos os recursos, é algo ainda a ser discutido", afirmou o tucano.
O modelo de lista fechada para escolha dos candidatos tem sido criticado pelo presidente de honra do PSDB Fernando Henrique Cardoso.
Em vídeo postado nas redes sociais, na última quarta-feira (22), FHC considera que a proposta de lista fechada é uma forma de evitar que a Operação Lava Jato "vá adiante".
"Eleita vai ser a direção do partido e o povo vai votar em partidos. Quais? O povo nem sabe o nome dos partidos. Não dá para aprovar nada que tenha cheiro de impunidade", afirmou.
Logo após as declarações de FHC, Aécio se reuniu com o ex-presidente para tratar do tema.
Além da proposta da lista fechada com um processo de transição para o sistema misto, o senador defende que o Congresso dê celeridade em projetos que estabelecem o fim das coligações e uma cláusula de desempenho para que o partido receba recursos do fundo partidário e tenha assegurada estrutura dentro do Congresso.
Ambas as propostas foram aprovadas pelo Senado e aguardam encaminhamento na Câmara.
"Temos que encontrar uma forma de avançar na reforma política. O primeiro passo é aprovar o fim das coligações e a cláusula de barreira", ressaltou.