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PSDB é oposição a Bolsonaro e quem discordar que deixe partido, diz Doria

Em entrevista coletiva na capital paulista Doria também repetiu que espera que o PSDB esteja junto com o DEM na eleição de 2022

Doria: o governador de São Paulo disse que, na reunião realizada na noite de segunda, defendeu o afastamento de Aécio da legenda (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

Doria: o governador de São Paulo disse que, na reunião realizada na noite de segunda, defendeu o afastamento de Aécio da legenda (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

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Reuters

Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 16h28.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2021 às 16h30.

O PSDB decidiu fazer oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro e quem discordar deste posicionamento deve deixar o partido, disse nesta terça-feira o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que também defendeu o afastamento do deputado Aécio Neves (MG) da legenda.

Em entrevista coletiva na capital paulista, onde assinou autorização para uma obra da estação de metrô da Vila Prudente, Doria também repetiu que espera que o PSDB esteja junto com o DEM na eleição de 2022, apesar do momento turbulento vivido pela legenda, com a provável saída do ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ).

"A posição do PSDB é a posição de oposição ao governo Jair Bolsonaro. Os que não quiserem fazer oposição ao governo Jair Bolsonaro, ao governo negacionista de Jair Bolsonaro, peçam para sair do PSDB, porque esta é a posição do PSDB", disse o governador, apontado como provável adversário de Bolsonaro na eleição presidencial do ano que vem.

"Isso nós extraímos de uma reunião ontem à noite com várias lideranças do PSDB e com a anuência do presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso... Os que quiserem fazer vassalagem a Bolsonaro, tenham coragem e dignidade de pedir para sair do PSDB e sigam seu caminho onde desejarem."

Doria disse que, na reunião realizada na noite de segunda, defendeu o afastamento de Aécio da legenda.

O deputado mineiro, candidato à Presidência em 2014 e estrela do partido até a divulgação de um áudio em que aparece tratando de dinheiro com o empresário Joesley Batista, tem sido apontado como um dos articuladores de votos tucanos para o deputado Arthur Lira (PP-AL), eleito na semana passada presidente da Câmara, apesar de o PSDB ter apoiado formalmente a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), que contava com o apoio pessoal de Doria e de Maia.

Já o líder do PSDB na Câmara, Rodrigo de Castro, descartou a ideia de afastamento de Aécio do partido.

“Como filiado ao PSDB de longa data e, agora, como líder, acompanho a trajetória do deputado Aécio Neves, que tem o meu respeito, experiência valiosa e contribuições importantes à bancada. Seu afastamento do PSDB já foi objeto de deliberação da Executiva Nacional e, assim, essa discussão não é sequer cogitada no âmbito da bancada federal”, disse Castro em nota.

O resultado da eleição para a Câmara também teve impacto no DEM, com Maia acusando o presidente da legenda, ACM Neto, de tê-lo traído, ao que o ex-prefeito de Salvador respondeu negando e afirmando que Maia não estava reconhecendo seus próprios erros.

Doria, que convidou Maia para se filiar ao PSDB, disse ter boa relação com o DEM e que espera que a sigla possa estar com o PSDB no ano que vem, como já havia dito em entrevista à Reuters na semana passada.

"O importante é que nós estejamos juntos dentro de uma frente democrática pelo Brasil", disse Doria sobre o DEM, acrescentando que jantará nesta terça com ACM Neto.

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