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PSDB e DEM atuam para evitar "traições" do Centrão nos Estados

No Nordeste, em particular, a tática é vista como crucial para aumentar a popularidade de Alckmin.

Alckmin não tem visto sua chapa ser refletida nos Estados do NE (Paulo Whitaker/Reuters)

Alckmin não tem visto sua chapa ser refletida nos Estados do NE (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de agosto de 2018 às 09h53.

Última atualização em 25 de agosto de 2018 às 17h51.

Com auxílio do DEM, os diretórios estaduais do PSDB vão operar, até outubro, como "comitês regionais" da campanha presidencial de Geraldo Alckmin, com a função de coordenar e supervisionar o trabalho dos demais partidos que formam a coligação. O objetivo é formar uma "retaguarda" para garantir que o nome e a imagem do presidenciável circule nos Estados, minimizando os efeitos das chamadas "traições" regionais.

No Nordeste, em particular, a tática é vista como crucial para aumentar a popularidade de Alckmin. Na região, o PT tem força e o tucano alcança apenas 4% das intenções de votos, no melhor cenário. 

Dono da coligação formada pelo maior número de partidos, Alckmin não tem visto sua chapa ser refletida nos Estados. O Centrão - bloco formado por DEM, PP, Solidariedade, PR e PRB - liberou seus diretórios para formar coligações locais conforme seus interesses. Por isso, em diversos Estados, sobretudo os nordestinos, líderes dessas siglas apoiam outros candidatos à Presidência.

No caso mais emblemático, no Piauí, o senador e candidato à reeleição Ciro Nogueira (PP) declarou voto no ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo tendo indicado a senadora Ana Amélia (PP-RS) para o posto de vice do tucano. Embora condenado e preso na Lava Jato, Lula foi registrado pelo PT como candidato ao Planalto.

No Maranhão, a situação é descrita como "terra arrasada" por correligionários. Os cinco partidos do Centrão apoiam a reeleição do atual governador, Flávio Dino (PCdoB). 

"Claro que eles não vão pedir voto para o Geraldo no palanque. O Centrão no Maranhão é vermelho. O tempo de TV que eles estão dando para Dino vai servir para ele pedir voto para o Lula e para o Ciro (Gomes, do PDT)", disse o senador Roberto Rocha, presidente do PSDB-MA, que lançou candidatura ao governo para dar palanque a Alckmin no Estado. "Se não fosse por nós, Geraldo não teria nem um lugar para tomar um copo d'água aqui."

Estratégia

Entre as demandas apresentadas a dirigentes do PSDB e do DEM em reunião na quarta-feira passada, em São Paulo, estão logística de distribuição de material de campanha, reuniões com líderes da coligação, carreatas, caminhadas e "adesivaços". 

Também devem ser feitas atividades com ou sem a presença de Alckmin e de Ana Amélia, além de agendas de mobilização para criar "um ambiente de campanha", nas palavras do presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, que coordena a coligação do presidenciável tucano. 

"Evitar a traição não dá, porque as traições são públicas. Está todo mundo tentando salvar sua própria pele. O objetivo é fazer a campanha de Geraldo acontecer em qualquer hipótese", afirmou o deputado federal João Gualberto, presidente do PSDB da Bahia.

Segundo Gualberto, uma medida a ser adotada no Estado será a confecção de santinhos com Alckmin ao lado dos candidatos a deputado e a governador. O problema é que na Bahia, PP e PR comandam secretarias estaduais e apoiam a reeleição do governador Rui Costa (PT). 

O deputado federal Marcus Pestana (MG), secretário-geral do PSDB minimizou a situação. "Poucos partidos são orgânicos no País", disse Pestana. Para ele, "com o crescimento do Alckmin após o início do programa na TV, será criada uma a expectativa de poder e, naturalmente, haverá um alinhamento" entre as legendas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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