Dilma: João Santana afirma que a ex-presidente "infelizmente" sabia do uso de recursos não contabilizados em sua campanha, repassados pela Odebrecht (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de maio de 2017 às 16h24.
Brasília - Autor da ação que investiga no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) possível abuso de poder político e econômico da chapa Dilma-Temer em 2014, o PSDB, nas alegações finais, ressalta que os depoimentos prestados pelo marqueteiro João Santana e por sua mulher, Mônica Moura, acentuam as irregularidades cometidas pela petista e o partido nas últimas eleições presidenciais.
O marqueteiro atuou para a campanha presidencial do PT nos anos de 2006, 2010 e 2014.
O documento, de quatro páginas, foi apresentado ontem ao TSE e nele, assim como feito nas primeiras alegações finais do processo, o PSDB considera que o então candidato a vice-presidente, o peemedebista e hoje presidente, Michel Temer, não tem responsabilidade nos possíveis ilícitos cometidos por Dilma e o PT.
Atualmente, os tucanos são os principais aliados do governo Temer.
Nas alegações, os advogados do PSDB colocam a transcrição dos principais trechos dos depoimentos de João Santana e Mônica Moura realizados no último dia 24 de abril ao ministro Herman Benjamin, relator da ação de impugnação da chapa Dilma-Temer.
Entre as partes destacadas está a que o publicitário afirma que Dilma "infelizmente" sabia do uso de recursos não contabilizados em sua campanha, repassados pela Odebrecht.
No depoimento, o marqueteiro disse ainda que Dilma, assim como os políticos em geral, sofria de "espécie de amnésia moral" quando deparada com a questão do uso de caixa 2 nas campanhas.
Após a nova coleta de depoimentos realizadas no âmbito do processo, integrantes do PSDB acreditam que não haverá novos adiamentos.
Segundo alguns integrantes da legenda, o próximo dia 25 é uma possível data para que o julgamento seja retomado e concluído no plenário do TSE.