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PSDB defende impeachment e acusa PT de dividir o país

O primeiro, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que a presidente mentiu sobre a situação fiscal do país para se reeleger


	Dilma Rousseff: “Quando era questionada sobre a situação dizia "estamos de pé, estamos firmes, superavitários". Era mentira!"
 (Lula Marques/ Agência PT/Fotos Públicas)

Dilma Rousseff: “Quando era questionada sobre a situação dizia "estamos de pé, estamos firmes, superavitários". Era mentira!" (Lula Marques/ Agência PT/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2016 às 16h21.

Maior partido de oposição no Congresso Nacional, o PSDB levou seus cinco representantes à tribuna da Câmara para reafirmar a posição favorável ao impeachment e acusar a presidente Dilma Rousseff de ter cometido crime de responsabilidade e fraude fiscal.

O primeiro, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que a presidente mentiu sobre a situação fiscal do país para se reeleger, enganando os eleitores e as instituições fiscalizadoras.

“Quando era questionada sobre a situação dizia "estamos de pé, estamos firmes, superavitários". Era mentira! O Brasil já estava de joelhos”, disse o deputado.

Sampaio também criticou a defesa da presidente Dilma, feita pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, na manhã de hoje.

O deputado tucano disse que Cardozo fez uma defesa “imprestável” e “amesquinhou o papel da AGU” ao defender a presidente e seu cargo.

“Imprestável é a defesa de Vossa Excelência, que perdeu de oito a dois na mais alta corte”, disse o deputado, em referência ao pedido da AGU para que a sessão sobre a admissibilidade do impeachment fosse suspensa e que foi rejeitado pelo Supremo Tribunal Federal.

Os líderes tucanos também abordaram a divisão política que vem sendo observada no Brasil e responsabilizaram o governo e PT por ela. Para o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), ambos jogaram a população em dois lados e alimentam as divergências.

“Dividiu o branco contra o negro, o religioso contra o ateu, o índio contra o produtor. Não podemos continuar assim, nós somos filhos de uma mesma pátria. O PT não pode continuar dividindo o Brasil”, disse.

Bruno Araújo (PSDB-PE) ressaltou que “é hora de unir o Brasil” e disse que o impeachment servirá para que as instituições brasileiras mostrem que “há limites” ao governo.

“Se não agirmos dessa forma outros governantes poderão incorrer na mesma irresponsabilidade e ilegalidade. Poderão cometer crimes contra a população e a Constituição para se manter no poder a qualquer custo”, afirmou.

Antes dos deputados falaram pelo partido, o deputado Antônio Imbassahy usou tempo de líder para também discursar a favor do impeachment.

Para ele, esse “é o remédio jurídico que deve ser aplicado contra a presidente da República que cometeu crime de responsabilidade”.

“O que ficou evidente, durante toda a discussão, é que seus defensores não negam as infrações à legislação. Apenas tentam tumultuar a discussão e desviar o seu foco central, que são os crimes praticados”, afirmou o líder.

Para ele, a defesa da presidente não negou que ela tenha cometido crime, apenas alegou que outros também tinham incorrido nas mesmas práticas, admitindo assim o desrespeito à Constituição.

“De uma presidente da República que não respeita nem a Constituição, tudo pode se esperar. Restou comprovado que a presidente, ao maquiar as contas públicas e ao emitir decretos de suplementação de verbas sem autorização do Congresso Nacional, infringiu a Lei Orçamentária, a Lei de Responsabilidade Fiscal e praticou crimes de responsabilidade”, afirmou.

Os partidos políticos têm tempo de uma hora cada um para discursar. O período pode ser dividido em até cinco oradores escolhidos pelo próprio partido. Antes do PSDB, já discursaram PT e PMDB. Ao todo, 25 partidos têm representação na Câmara e terão direito ao tempo.

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