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PSDB cortaria 50% dos ministérios no governo, diz Aécio

O possível candidato à Presidência disse que trocaria metade dos ministérios atuais por secretaria da desburocratização


	Aécio Neves: o tucano voltou a fazer várias críticas ao governo do PT, focadas em áreas que o governo de Dilma Rousseff tem priorizado
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Aécio Neves: o tucano voltou a fazer várias críticas ao governo do PT, focadas em áreas que o governo de Dilma Rousseff tem priorizado (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2013 às 13h13.

São Paulo - Mesmo negando a candidatura à presidente, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) já faz propostas para seu possível governo e afirmou, nesta segunda-feira, 30, que num eventual governo do PSDB, trocaria metade dos ministérios atuais por secretaria da desburocratização.

Segundo ele, os quase 40 ministérios de hoje voltariam aos 21 ou 22 do governo do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e as pastas restantes virariam essa secretaria extraordinária, com prazo de um ano para fazer as reformas.

Segundo ele, no primeiro ano do governo seriam tomadas medidas para a simplificação do sistema tributário emergencial, mas não uma reforma tributária. Aécio voltou a fazer várias críticas ao governo do PT, focadas em áreas que o governo de Dilma Rousseff tem priorizado, como educação, inovação e infraestrutura.

Ele admitiu que até 2008 medidas foram tomadas para o crescimento, mas, "a partir de 2008 nada foi feito, o governo abandonou as reformas", disse o senador, durante o Fórum Exame, em São Paulo.

"A proposta de educação é muito pouco ousada, de os estudantes alcançarem média 6 em 2021. Ou damos salto na educação, ou vamos ficar a ver navios, como nossos portos tem visto", afirmou Aécio. O senador propôs ainda a criação de uma agência para inovação no modelo norte-americano, "com investimentos a fundo perdido e uma desburocratização do setor".

Aécio classificou como "incrível e absolutamente fora de propósito" ver a presidente Dilma Rousseff ter ido aos Estados Unidos se reunir com investidores "para dizer que Brasil respeita contratos".

Segundo ele, "respeitar contratos estava na carta ao povo brasileiro, há dez anos", numa referência ao documento apresentado ainda na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, para tranquilizar o mercado.


Para o senador, o "governo mais atrapalha ambiente de negócios do que ajuda" e ainda "demonizou parceria com setor privado; é quase crime de lesa-pátria", disse. Aécio ampliou ainda as críticas ao próprio PT e disse que "aprendizado do PT nestes últimos anos tem custado muito caro para o Brasil" porque foi criado um ambiente hostil aos investimentos, o que fará com que o País fique apenas à frente da Venezuela no crescimento da economia, segundo ele. "Não é justo assistirmos o mundo andar e ficarmos no final da fila".

Cemitério de obras

O senador tucano respondendo a questionamento sobre prioridades para aumentar a produtividade do Brasil, voltou a afirmar que o País é um cemitério de obras inacabadas com sobrepreços inexplicáveis. Aécio usou a transposição do rio São Francisco e a rodovia Transnordestina como exemplos da falta de eficiência do setor público brasileiro.

Ele também criticou a burocracia e a falta de inovação. "Nossa disposição é, em doze meses (de governo), apresentar medidas que simplifiquem o ambiente de negócios", disse quando perguntado no Fórum Exame 2013, em São Paulo, se em um possível governo do PSDB haveria uma reforma tributária logo nos primeiros meses.

Outro ponto criticado pelo presidente nacional do PSDB foi a interferência do governo no mercado, tratando, segundo ele, o setor privado como adversário e não como parceiro. Na opinião de Aécio, há um descompromisso entre o que o governo propõe e o que pratica, o que causa insegurança.

"Se o governo parar de atrapalhar, vai ser uma mudança quase que estrutural", disse o possível candidato à Presidência. Aécio defendeu ainda uma maior abertura econômica para investimentos internacionais, criticou o Mercosul e a falta de acordos bilaterais do Brasil.

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