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PSDB contesta gerenciadora de obras da Olimpíada

A oposição decidiu contestar a criação da empresa Brasil 2016, encarregada de gerenciar projetos e obras da Olimpíada do Rio

Lula comemora vitória do Rio nas Olimpíadas de 216:  PSDB rejeita a validade do decreto presidencial  (Ricardo Stuckert/PR/Contigo)

Lula comemora vitória do Rio nas Olimpíadas de 216: PSDB rejeita a validade do decreto presidencial (Ricardo Stuckert/PR/Contigo)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2011 às 16h41.

Brasília - Empenhado em levar o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para o comando da Autoridade Pública Olímpica (APO), o governo enfrenta problemas em outra instituição ligada aos Jogos de 2016. A oposição decidiu contestar a criação da empresa Brasil 2016, encarregada de gerenciar projetos e obras da Olimpíada do Rio.

O PSDB rejeita a validade do decreto presidencial de agosto de 2010 que criou a Empresa Brasileira de Legado Esportivo S. A. - Brasil 2016 e cobra do governo a edição de uma medida provisória a ser votada no Congresso. No entanto, a Brasil 2016 foi constituída formalmente durante assembleia geral realizada uma semana depois da publicação do decreto, no escritório da representação do Ministério do Esporte, no Rio.

Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo em 28 de janeiro, apesar de já ter havido reuniões dos conselheiros da "estatal fantasma", há dúvidas no meio jurídico sobre a existência ou não da empresa. Por enquanto, só os integrantes do Conselho de Administração estão escolhidos. Em plena fase de negociações para a divisão dos cargos do segundo escalão, caberá à presidente Dilma Rousseff nomear o presidente da estatal. Outros três diretores serão indicados pelo ministro do Esporte, Orlando Silva, e aprovados pelo Conselho de Administração.

A oposição argumenta que o decreto 7258, de criação da Brasil 2016, assinado em 6 de agosto do ano passado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se baseia na medida provisória 488, enviada ao Congresso em maio de 2010, mas que perdeu a eficácia em setembro, por não ter sido votada no prazo de 120 dias. O governo sustenta que, em agosto, a MP estava em pleno vigor e, portanto, não há qualquer irregularidade na Brasil 2016.

"O lastro jurídico que permitia a criação da empresa sucumbiu quando a MP perdeu a eficácia. O Executivo tem de editar uma nova MP. Além disso, a Constituição diz que empresas públicas só podem ser criadas por lei específica. Se o governo insistir em manter a criação da empresa, o caminho será uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal", diz o deputado tucano Otávio Leite (RJ).

A Advocacia Geral da União (AGU) informou que não recebeu nenhuma consulta oficial sobre a legalidade da Brasil 2016, mas, informalmente, advogados informaram que o decreto tem amparo constitucional e a Brasil 2016 pode exercer as atividades normalmente.

Impasse

O impasse sobre a estatal acontece no momento em que os partidos políticos, especialmente o PC do B, do ministro Orlando Silva, foram surpreendidos pelo convite de Dilma a Henrique Meirelles para comandar a Autoridade Pública Olímpica. A APO é uma autarquia, formada em consórcio de União, Estado e município do Rio, encarregada da gestão das atividades dos Jogos Olímpicos e ainda depende de aprovação de medida provisória no Congresso para ser criada. Terá 184 cargos comissionados com salários de R$ 15 mil a R$ 22,1 mil mensais.

Já a empresa Brasil 2016 é o braço executivo da APO e lidará diretamente com projetos e contratos. A estatal tem capital social de R$ 10 milhões e a União como única acionista. Publicada no Diário Oficial da União, a ata fundação da Brasil 2016 não especifica o número de empregados da estatal, mas estabelece o valor da "remuneração global dos administradores", entre agosto de 2010 e março de 2011: R$ 1,306 milhão. A empresa ainda não tem executivos nem outros empregados contratados, apesar de formalmente constituída há seis meses.

A ata de fundação cita entre os integrantes do Conselho de Administração o ministro Orlando Silva e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, além de servidores do Ministério da Fazenda e da Advocacia Geral da União.

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