Brasil

PSDB aprova oposição a Bolsonaro, mas adia decisão sobre impeachment

Executiva nacional do partido se reuniu nesta tarde e enfrentou resistência de parlamentares alinhados ao governo

PSDB: o presidente da sigla classificou as declarações de Bolsonaro como um "vergonhoso momento da história brasileira" (Adriano Machado/Reuters)

PSDB: o presidente da sigla classificou as declarações de Bolsonaro como um "vergonhoso momento da história brasileira" (Adriano Machado/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 8 de setembro de 2021 às 21h35.

A executiva nacional do PSDB aprovou na tarde desta quarta-feira a posição oficial do partido como oposição ao presidente Jair Bolsonaro e abriu a discussão sobre o impeachment. A reunião foi convocada pelo presidente do partido Bruno Araújo ainda durante os atos do 7 de setembro, quando o presidente pregou desobediência ao Supremo Tribunal Federal (STF) e fez insinuações golpistas.

“O PSDB repudia as atitudes antidemocráticas e irresponsáveis adotadas pelo presidente da República em manifestações pelo Dia da Independência. Ao mesmo tempo, conclama as forças de centro para que se unam numa postura de oposição a este projeto autoritário de poder; e para evitar a volta do modelo político econômico petista também responsável pela profunda crise que enfrentamos", diz a nota do partido, que repudiou as atitudes antidemocráticas de Bolsonaro na última terça-feira.

Araújo classificou as declarações de Bolsonaro como um "vergonhoso momento da história brasileira". No entanto, durante o encontro do partido enfrentou resistência de deputados alinhados ao governo Bolsonaro e cujos redutos eleitorais em seus estados são conservadores. Na tentantiva de evitar desgastes, os tucanos preferiram amadurecer o debate sobre o afastamento do presidente e ouvir a posição da bancada de 32 deputados na Câmara, que eventualmente votariam num processo de afastamento.

Em votação recente sobre a PEC do voto impresso, a maioria dos parlamentares votou contra a orientação do partido e favoráveis a proposta que é uma obsessão do presidente. Internamente, líderes ponderam que é a aprovação de um processo de impeachment precisa de ingredientes como apoio popular e do congresso e principalmente da ação do presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, que precisa colocar em pauta.

"Com a participação da Executiva e das bancadas na Câmara e Senado, registramos que após o pronunciamento inaceitável do chefe do Poder Executivo, na data de ontem, iniciamos hoje o processo interno de discussão sobre a prática de crimes de responsabilidade cometidos pelo Presidente da República", complementa a nota.

O GLOBO apurou que no encontro alguns parlamentares chegaram a dizer que as bases dos deputados nos estados são bolsonaristas, o que dificultava um posicionamento pelo impeachment. Segundo aliados, o presidente Bruno Araujo então respondem que quem aqueles que apoiam Bolsonaro no primeiro turno das eleições de 2022 não devem ficar no partido.

  • Fique por dentro das principais notícias do Brasil e do mundo. Assine a EXAME
Acompanhe tudo sobre:ImpeachmentJair BolsonaroOposição políticaPSDB

Mais de Brasil

Alesp aprova proibição de celulares em escolas públicas e privadas de SP

Geração está aprendendo menos por causa do celular, diz autora do PL que proíbe aparelhos em escolas

Após cinco anos, Brasil recupera certificado de eliminação do sarampo

Bastidor: queda na popularidade pressiona Lula por reforma ministerial e “cavalo de pau do governo”