Marina Silva: na mais recente pesquisa do Datafolha, Marina aparece com 47% das intenções de voto no segundo turno (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2014 às 11h46.
São Paulo - O <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/psdb">PSDB</a></strong> apoiaria formalmente a ex-senadora <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/marina-silva">Marina Silva</a></strong> (PSB) em um eventual segundo turno da eleição presidencial caso seu candidato, o senador Aécio Neves, fique fora da disputa final, disse à Reuters uma fonte do partido.</p>
A avaliação é que tal aliança diminuiria as chances de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) no segundo turno, ao unir dois grandes grupos díspares de eleitores que desejam mudança após mais de uma década de governo petista.
A disputa eleitoral tem sido acompanhada de perto por investidores, que esperam por uma mudança no governo após quase quatro anos de baixo crescimento econômico sob a política econômica de Dilma.
"O Brasil precisa de uma mudança, uma renovação. O país não pode tolerar mais quatro anos" de Dilma, disse uma fonte tucana de alto escalão, sob condição de anonimato.
Marina vai ser oficializada como candidata do PSB nesta quarta-feira, ao aceitar a indicação do partido após a morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, candidato original dos socialistas, em um trágico acidente aéreo na semana passada.
O acidente agitou a eleição de 5 de outubro, levando alguns eleitores a reconsiderarem o voto e também ameaçando as alianças políticas cuidadosamente costuradas nos bastidores da campanha. Uma pesquisa divulgada pelo Datafolha na segunda-feira mostrou Dilma estável na primeira posição com 36 por cento das intenções de voto, e Marina e Aécio em empate técnico na segunda colocação com 21 por cento e 20 por cento, respectivamente.
O cenário levaria a decisão para um segundo turno em 26 de outubro, já que Dilma ficaria com menos de 50 por cento dos votos válidos. Sob a liderança de Campos, PSB e PSDB mantinham plataformas similares, mais ao centro e voltadas ao mercado. Os dois partidos negociaram algumas alianças nas corridas estaduais e era esperado que se unissem contra Dilma em um eventual segundo turno.
Marina, por outro lado, é associada a uma agenda de certa maneira mais à esquerda. Ela se filiou ao PSB somente em outubro do ano passado, no que ela mesma descreveu como um arranjo temporário, até que consiga aprovar a criação de seu próprio partido, a Rede Sustentabilidade.
Dada a reputação de Marina de tomar decisões imprevisíveis e as ressalvas de setores da mais conservadores em relação à ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula, alguns analistas têm especulado que o PSDB se manteria neutro em um eventual segundo turno entre Dilma e a ex-senadora.
A fonte do PSDB, no entanto, afirmou algo diferente à Reuters. "Esperamos que Aécio esteja no segundo turno e vença a eleição. Mas se for Marina, o PSDB vai apoiá-la", disse a fonte, sob condição de anonimato.
A maioria dos eleitores de Aécio apoiaria Marina em um segundo turno, mesmo sem o endosso oficial do PSDB, segundo as pesquisas mais recentes. Mas um apoio formal pode ainda assim ser decisivo, pois mobilizaria a robusta máquina partidária tucana, incluindo uma rede de prefeitos, governadores e parlamentares significativamente maior e melhor organizada do que a do PSB.
Na mais recente pesquisa do Datafolha, Marina aparece com 47 por cento das intenções de voto no segundo turno, acima dos 43 por cento de Dilma, num empate técnico no limite da margem de erro da pesquisa. No cenário com Dilma e Aécio, a petista ficaria com 47 por cento, ante 39 por cento do tucano.