Rosso: líderes do Centrão tinham combinado de tentar chegar a um consenso em torno de um nome
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de novembro de 2016 às 21h25.
Brasília - O PSD anunciou oficialmente nesta quarta-feira, 30, a candidatura do líder do partido na Câmara, deputado Rogério Rosso (DF), para presidência da Casa na próxima eleição, prevista para fevereiro de 2017.
O lançamento frustra a estratégia do Centrão, bloco informal de 13 partidos da base aliada do qual a sigla faz parte, de tentar lançar apenas um nome do grupo para a disputa.
"A bancada do Partido Social Democrático (PSD) na Câmara decidiu, nesta quarta-feira (30), indicar o atual líder Rogério Rosso (DF) candidato à presidência da Câmara dos Deputados. O anúncio foi feito pelos parlamentares em um almoço com a presença do ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicação)", afirmou a legenda em nota divulgada pela assessoria de imprensa no início da tarde.
Ao Broadcast Político, serviço de notícia em tempo real do Grupo Estado, Rosso afirmou que é o "candidato do partido" à presidência da Câmara e que sua candidatura será apresentada a todos as legendas que possuem representantes na Casa, e não mais apenas na disputa interna do Centrão.
"Vamos apresentar a candidatura para Casa. Vamos submeter nossa candidatura ao conjunto de partidos da Casa", afirmou o líder do PSD, que já vinha fazendo campanha informalmente há algumas semanas.
A decisão do PSD de lançar Rosso candidato à presidência da Câmara, independente do apoio ou não do Centrão, atrapalha os planos do bloco informal de lançar um só candidato.
Para evitar uma pulverização de candidaturas, líderes do grupo tinham combinado de tentar chegar a um consenso em torno de um nome e, caso não conseguissem, realizar prévias internas para a escolha desse candidato até o início de dezembro.
O objetivo do Centrão era evitar repetir o que aconteceu na última eleição para presidência da Câmara, em julho deste ano, após a renúncia do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do posto.
O grupo lançou vários candidatos no primeiro turno, o que enfraqueceu Rosso, candidato do bloco que foi para o segundo turno. Na segunda etapa da disputa, o líder do PSD acabou derrotado por Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Assim como Rosso, deputados do PR já vinham falando nos bastidores que o Centrão não deveria realizar prévias para escolha de um candidato do grupo para a eleição de fevereiro de 2017.
De acordo com um parlamentar republicano, as siglas integrantes do grupo lançarão candidatos diferentes no primeiro turno e só estarão juntos na segunda etapa. "As prévias vão ser o primeiro turno", disse um deputado do PR.
Apesar do lançamento da candidatura independente, o líder do PSD ainda tentará obter consenso do Centrão em torno de seu nome. O grupo marcou uma reunião para a próxima semana para tentar escolher o candidato.
O líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), também se articula para ser o candidato do bloco informal. Caso não consiga esse consenso, Rosso deve manter sua candidatura.