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PSD deve nascer alinhado ao governo Dilma

O PSD precisa obter o aval da Justiça Eleitoral até o dia 7 de outubro para poder participar das eleições municipais do ano que vem

Kassab e Dilma (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

Kassab e Dilma (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 14h33.

São Paulo -  O Partido Social Democrático (PSD), idealizado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e cujo pedido de registro deve ser aprovado pelo TSE nesta terça-feira, nasce alinhado ao governo Dilma Rousseff, segundo analistas e líderes políticos.

O Tribunal Superior Eleitoral suspendeu a análise do pedido de registro na última quinta-feira após parecer favorável da relatora Nancy Andrighi e voto do ministro Teori Zavascki pedindo maior análise dos documentos apresentados pela sigla. Antes de encerrar a sessão aquela sessão, o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, sinalizou que acompanhará a relatora.

O PSD precisa obter o aval da Justiça Eleitoral até o dia 7 de outubro para poder participar das eleições municipais do ano que vem.

"A tendência é ser um partido pró-governo, se não com assentos no Ministério e compromisso de apoiar a totalidade da agenda do governo, é certamente um partido que nasce fruto de um caldo político de lideranças que não querem jogar na oposição", disse à Reuters o analista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria Integrada.

"Custa muito caro, do ponto de vista político, fazer oposição", acrescentou.

O processo de criação do PSD tem sido marcado por suspeitas --a maioria levantada pelo DEM, partido que mais perderá quadros para o novo partido-- sobre a legitimidade das assinaturas coletadas para o pedido de registro.

O PSD precisava de 491 mil assinaturas para solicitar o registro, de acordo com o TSE, e a relatora aceitou quase 515 mil firmas entregues pela legenda. Entre outras contestações está a relacionada ao nome da sigla, já que PTB incorporou em 2002 um partido homônimo.


Nas conversas que a cúpula da nova legenda teve com Dilma e com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o PSD não pediu cargos no governo, mas disse que gostaria de contribuir nas decisões do Executivo.

Segundo uma fonte do Palácio do Planalto, que pediu para não ter seu nome revelado, mesmo sem discutir cargos ficou implícito nas conversas que numa vindoura reforma ministerial o PSD não teria objeções em integrar formalmente o governo.

O deputado Guilherme Campos (SP), hoje no DEM e que deve ser o líder do PSD na Câmara, nega que o novo partido adotará imediatamente postura governista.

"O PSD não nasce como oposição obcecada ou como adesista ao governo. Isso (ter uma posição definida) seria matar a ideia no nascedouro", argumentou. A legenda deve nascer com 50 deputados, o que a deixará como quarta maior bancada na Câmara.

Para ele, o novo partido é "uma massa que ainda vai ser modelada". Campos diz que não é possível dizer nem qual será a linha ideológica do partido. Mesmo que a maioria dos futuros deputados do PSD sejam egressos do DEM "não dá para dizer que terá um traço de direita".

Alianças eleitorais

Com lideranças como o deputado Paulo Bornhausen (SC), a senadora Kátia Abreu (TO) e o candidato derrotado a vice-presidente Indio da Costa, todos oposicionistas ferrenhos ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e adversários de Dilma na eleição do ano passado, o PSD deve deixar de lado esse histórico na eleição municipal do ano que vem.


"A coerência da política é justamente a possibilidade dessa incoerência. Aí você tem que considerar interesses locais... Essas lógicas são maiores do que a lógica da eleição que já passou", avaliou o cientista político do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) Carlos Melo.

O líder da futura bancada na Câmara confirma que o PSD não terá restrições para alianças nas eleições municipais, mas aponta o PSB como partido mais próximo na estratégia eleitoral.

Na avaliação de Cortez, da Tendências, o resultado do pleito municipal determinará o poderio político do PSD.

"Se o partido tiver um sucesso eleitoral significativo, o preço político dele pode subir para 2014 (ano de eleições estaduais e presidencial)", analisou Cortez, que também apontou o risco de a entrada formal do PSD no governo Dilma trazer turbulências para a aliança PT-PMDB.

"Os peemedebistas certamente vão enxergar nesse movimento uma tentativa do PT de blindar um pouco o papel do PMDB no governo", comentou.

Além do DEM, o PSD também recebeu adesões de integrantes de PSDB, PPS, PMN entre outros partidos. O partido deve ter também dois senadores, dois governadores e seis vice-governadores.

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