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PSD apoia Chinaglia e acirra disputa pela Câmara

A disputa pela presidência da Câmara se intensifica com a decisão anunciada pelo PSD de apoiar o candidato do PT, Arlindo Chinaglia


	O líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia: Chinaglia disse que o apoio é significativo
 (Laycer Tomaz / Câmara dos Deputados)

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia: Chinaglia disse que o apoio é significativo (Laycer Tomaz / Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 19h54.

Brasília - A disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, a dez dias da eleição, se intensifica com a decisão anunciada hoje (22), pelo PSD, que tem 36 deputados, de apoiar o candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), e passa a integrar o bloco formado por PT, PCdoB e Pros.

Ao anunciar o apoio, o líder do partido na Casa, deputado Rogério Rosso (DF), disse que a decisão foi “tranquila. Fazemos isso com muita tranquilidade, com muita convicção, sabemos dos desafios que teremos na próxima legislatura”, disse Rosso durante entrevista coletiva para anunciar o apoio.

Chinaglia disse que o apoio é significativo e que pretende trabalhar para ampliar o bloco.

“Vamos trabalhar juntos para ampliarmos esse bloco para termos uma chapa bastante forte para disputar a mesa e também as comissões”, disse o petista, que está na expectativa de que o PDT também anuncie apoio à sua candidatura.

Marcada para o dia 1º de fevereiro, a eleição já é considerada a mais disputada dos últimos anos, desde que o então deputado Severino Cavalcanti derrotou o petista Luís Eduardo Greenhalgh em 2005.

Além de Chinaglia, também concorrem ao cargo o líder do PMDB, Eduardo Cunha, principal opositor do petista, e o líder do PSB, Júlio Delgado (MG).

Nesta semana, o líder do PMDB, acusou o governo de interferir na disputa. Na terça-feira, em entrevista a jornalistas, Cunha divulgou uma gravação em que um correligionário seu aparece conversando com um suposto policial federal, que o estaria chantageando para não revelar informações comprometedoras do líder do PMDB.

Na ocasião, o peemedebista insinuou a possibilidade de que a gravação teria sido feita pela cúpula da Polícia Federal a mando do governo. As acusações foram rechaçadas no dia seguinte pelo líder do governo Henrique Fontana (PT-RS), que as classificou como inaceitáveis.

“Se eu me sinto lesado e apareceu uma gravação que eu digo que é falsa, eu devo, com aquilo que chamo de uma tranquilidade institucional, pedir uma investigação. Mas não imediatamente politizar aquilo dizendo que seria algo forjado com o objetivo de interferir na disputa eleitoral”, afirmou o petista.

Em resposta, Cunha postou mensagem em uma rede social chamando chamou Fontana de “fraco” e “desagregador”.

Enquanto Cunha trocou acusações com o governo, Júlio Delgado aproveitou a semana para viajar em busca de apoios.

Ele começou a semana indo ao Rio Grande do Sul, onde foi recebido pelo vice-presidente nacional do PSB, o gaúcho Beto Albuquerque, e pelo governador José Ivo Sartori (PMDB). 

Hoje, o líder do PSB, que tem evitado comentar a troca de acusações entre petistas e peemedebistas, foi recebido no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, pelo governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

A postura de Delgado irritou o Solidariedade que divulgou nesta quinta-feira, nota em que disse considerar deixar o bloco de atuação parlamentar formado em dezembro passado com PSB, PPS e PV por causa da disputa pela presidência da Câmara. O partido apóia a candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enquanto as demais siglas defendem a de Júlio Delgado (PSB-MG).

A nota considera a candidatura do pessebista como "inviável" e "linha auxiliar" da candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP), candidato do governo.

A eleição para a presidência da Câmara e a Mesa Diretora da Casa ocorrerá após a posse dos deputados para a próxima legislatura. Ela poderá ser realizada em até dois turnos, caso nenhum dos candidatos consiga a maioria absoluta dos votos.

O mesmo vale para os cargos da Mesa. Neste caso, será realizada uma nova eleição para aquele cargo, ao qual concorrerão os dois candidatos mais votados na primeira eleição.  

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