Marina Silva: programa de TV do PSB destacou parte do discurso de ontem de Marina (Valter Campanato/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2014 às 16h25.
São Paulo - As campanhas de Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) utilizaram táticas diferentes no segundo dia de propaganda gratuita na TV.
O PSB trouxe Marina Silva pela primeira vez, com trechos do discurso lido por ela nesta quarta-feira, 20, ao aceitar a candidatura.
O programa do PSDB, além de mostrar o discurso de Aécio contra o governo, apresentou uma minibiografia do candidato e uma entrevista com ele.
O programa de Dilma usou sua vantagem de tempo sobre os adversários para apresentar obras e criticar a herança que o PT recebeu de outros governos.
Marina
O primeiro programa de TV que mostrou Marina Silva como candidata do PSB à Presidência começou com imagens do velório e enterro de Eduardo Campos.
Enquanto as imagens eram exibidas, Marina lia um discurso em homenagem ao ex-companheiro de chapa.
A ex-senadora chegou a interromper a leitura ao se emocionar lembrando o primeiro programa que seria exibido na TV, que já estava praticamente pronto quando Eduardo morreu.
"Vi com muita emoção o primeiro programa de TV que íamos levar ao ar e me tocou profundamente a imagem do abraço que nos demos".
Enquanto hoje a chapa enfrenta a crise da saída de Carlos Siqueira da coordenação de campanha, após atritos com a própria Marina, trechos do discurso da candidata exaltaram a necessidade de um esforço de união após a morte de Campos.
"Que saiamos do trauma da perda de Eduardo dispostos a nos entendermos para levarmos adiante nossa missão", disse.
O programa de TV do PSB também destacou parte do discurso de ontem de Marina em que confirmou que seguirá os compromissos e o projeto traçado com Campos.
"O programa é, em si mesmo, o pacto selado, o acordo maior que nos une."
Aécio
Depois de apresentar trechos do vídeo em que Aécio Neves aparece fazendo um discurso aos brasileiros, como no programa passado, o PSDB exibiu uma biografia de seu candidato.
Nela, Aécio foi mostrado como o neto de Tancredo Neves, o deputado jovem e o governador que cortou o próprio salário para ajudar a resolver os problemas de caixa do governo de Minas Gerais.
Em uma entrevista com perguntas e respostas rápidas, Aécio disse que a saúde será "prioridade" em seu governo, que vai "enfrentar" os problemas de segurança, que terá "tolerância zero" com a inflação e que a corrupção é "inaceitável".
O tucano voltou a prometer que, caso eleito, cortará pela metade os atuais 39 ministérios.
Quando perguntado sobre como seria construído um futuro governo, Aécio respondeu: "Ética, eficiência e uma inabalável fé em Deus".
Dilma
O PT e os partidos aliados usaram a maior parte do programa para mostrar obras realizadas durante os governos de Lula e Dilma. Houve ainda críticas a governos anteriores.
Dilma disse que o país sofre com "obstáculos herdados daquele tempo em que o Brasil não se organizava para planejar e executar".
Obras como as usinas de Belo Monte, Santo Antônio e Jirau foram mostradas como exemplo, com estatísticas exaltando o porte dos investimentos.
A exploração do pré-sal e a transposição do Rio São Francisco também foram exibidas, esta como uma obra que, segundo a presidente, "vai secar muitas lágrimas do nordestino".
"Muita gente no Brasil não sabe que estamos realizando obras desse porte", disse Dilma.
"Por isso, quando dizem que o Brasil está parado, eu até acho graça", emendou. A campanha pediu para que quem tirou um "rousselfie" envie a foto pelo site.
No fim do programa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas à imprensa que, segundo ele, "esconde obras fundamentais" que estão em andamento.
"A campanha negativa de certa imprensa se tornou o principal partido de oposição", disse Lula. Em uma referência ao seu slogan na campanha de 2002, Lula disse que, com Dilma, "agora, a verdade vai vencer a mentira".