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PSB ainda mantém cargos estratégicos no governo Dilma

Chesf, BNDES, Sudeco e Secretaria Nacional de Defesa Civil são alguns dos órgãos nos quais o partido ainda mantém representantes


	Torres de transmissão de energia elétrica da Chesf: a Chesf tem R$ 4 bilhões em obras contratadas e é um dos objetos de desejo dos partidos que se mantiveram fiéis a Dilma 
 (Adriano Machado/Bloomberg)

Torres de transmissão de energia elétrica da Chesf: a Chesf tem R$ 4 bilhões em obras contratadas e é um dos objetos de desejo dos partidos que se mantiveram fiéis a Dilma  (Adriano Machado/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2013 às 08h53.

Brasília - Quase um mês depois de romper com o governo da presidente Dilma Rousseff e anunciar a devolução de todos os cargos de confiança, o PSB ainda mantém postos estratégicos na administração federal, com alto potencial eleitoral e responsáveis pela gestão de milhões de reais.

Entre eles está o presidente da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), João Bosco de Almeida, indicado para o posto pelo presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

A Chesf tem R$ 4 bilhões em obras contratadas e é um dos objetos de desejo dos partidos que se mantiveram fiéis à presidente Dilma Rousseff. Nos últimos sete dias ele fez duas viagens a Brasília para participar de cerimônias envolvendo a Chesf, uma delas sobre os 65 anos de criação da estatal. A assessoria dele informou que nenhuma carta de demissão foi entregue ao governo. Sua intenção é ficar à frente da estatal até ser notificado de que deve sair.

Ocupante de cargos nos conselhos de administração do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Roberto Amaral informou que já pediu para sair dos dois postos. Aguarda a definição do governo, que deverá ser publicada no Diário Oficial.

Marcelo Dourado, presidente da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), mostrou ao Grupo Estado carta do dia 1º, na qual ele pede demissão. Ele foi indicado para o cargo pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), um dos principais articuladores políticos de Campos.

"Tenho minhas convicções partidárias. Estou fora. Mas não posso simplesmente trancar a porta, pois não tenho para quem entregar as chaves." A superintendência é responsável por ações de desenvolvimento e erradicação da miséria no Centro-Oeste. Em 2013, o orçamento autorizado é de R$ 230,7 milhões.


Indicado por Campos, o coronel Humberto Vianna, secretário Nacional de Defesa Civil, disse que já pediu demissão. Ele manifestou esperança de que o Diário Oficial de hoje traga sua exoneração. A secretaria é responsável pelos programas de prevenção e socorro de vítimas de enchentes. Só pelo Programa de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres, o órgão pagou R$ 942 milhões este ano.

Jenner Guimarães do Rego, secretário de Fundos Regionais e Incentivos Fiscais do Ministério da Integração, afirmou por intermédio de sua assessoria que é funcionário de carreira do Banco do Nordeste e que não é filiado a nenhum partido.

Portanto, vai ficar no governo. Ele foi indicado por Eduardo Campos. Comanda a área responsável pelos fundos de desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que têm R$ 85 bilhões de saldo aplicado em carteira

O diretor de Bacias Hidrográficas da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), José Augusto Nunes, chegou ao governo pelas mãos do governador do Piauí, Wilson Martins, que é do PSB. Sua assessoria informou que ele não entregou nenhuma carta de demissão e que está viajando a trabalho.

Emanuel Lima, superintendente da Codevasf em Juazeiro (BA), indicado pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA), não foi encontrado. A superintendência é responsável por uma área com 27 municípios e mais de 1 milhão de habitantes. A cargo dela, está o terceiro maior projeto de irrigação em fase de implantação no País

Só deixaram mesmo de fato suas funções os ex-ministros Fernando Bezerra Coelho (Integração) e Leônidas Cristino (Portos), e seus secretários executivos. Oficialmente, a Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto informou que não há previsão para a saída de nenhum dos aliados de Campos dos cargos que mantêm no governo. Segundo fontes, isso se deve ao fato de Dilma não querer abrir disputas pelos cargos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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