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Protestos obrigam Brasil a reforçar segurança para papa

Além do papa, será necessário garantir a segurança dos milhões de fiéis que participarão das diferentes atividades da Jornada Mundial da Juventude


	Papa Francisco: apesar da preocupação das autoridades brasileiras, o Vaticano diz não perder o sono por causa de possíveis manifestações.
 (Getty Images)

Papa Francisco: apesar da preocupação das autoridades brasileiras, o Vaticano diz não perder o sono por causa de possíveis manifestações. (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2013 às 15h45.

Rio de Janeiro - Os protestos que se espalharam pelo Brasil em junho e a decisão do papa Francisco de utilizar um papamóvel aberto durante a visita que fará ao país na próxima semana obrigaram as autoridades a reforçar a segurança para a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá de 23 a 28 de julho no Rio de Janeiro.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou nesta terça-feira que a mobilização de cerca de 1,5 milhões de pessoas durante os três dias dos principais atos exigirá uma operação logística e de segurança similar às feitas durante o Carnaval.

O plano inicial de segurança para a visita que o pontífice realizará no Rio de Janeiro e em Aparecida entre os dias 22 e 28 de julho previa a mobilização de 12 mil militares e policiais, número agora elevado para cerca de 14 mil, entre os quais 10.200 são membros das Forças Armadas.

Além do papa, será necessário garantir a segurança dos milhões de fiéis que participarão das diferentes atividades da Jornada Mundial da Juventude, em sua maioria jovens procedentes de outras cidades brasileiras e de países vizinhos.

Algumas dessas atividades terão grandes proporções, como a missa campal que Francisco realizará no dia 28 de julho em Guaratiba, a cerimônia de recepção do pontífice e a Via Sacra por Copacabana, na qual o pontífice desfilará em um papamóvel aberto.


As preocupações com a segurança aumentaram após os intensos protestos por melhores serviços públicos que milhões de brasileiros protagonizaram em centenas de cidades principalmente no mês de junho, alguns marcados por conflitos violentos entre policiais e manifestantes.

Paes considera que o papa não deveria ser alvo de protestos por "não ter culpa dos pecados do governo ou da sociedade brasileira".

"Se alguém quer reivindicar pode fazê-lo, mas não acho que o papa seja o mais adequado para escutar", disse o prefeito.

Por enquanto, foi anunciada uma manifestação da Marcha das Vadias, grupo de mulheres que protestam pelo fim da violência sexual, para o dia 27 de julho em Copacabana.

O comandante da primeira divisão do exército e responsável por todo o plano de segurança, general José Alberto da Costa Abreu, não descarta que sejam convocadas manifestações por grupos que defendem temas considerados tabus para a igreja, como o aborto, o uso de preservativos e o casamento gay.

Apesar da preocupação das autoridades brasileiras, o Vaticano diz não perder o sono por causa de possíveis manifestações.

"O governo brasileiro e o do Rio de Janeiro disseram que farão o possível para garantir que tudo ocorra em um ambiente tranquilo e sem qualquer perturbação", assegurou o presidente do Pontifício Conselho para os Laicos, o cardeal polonês Stanislaw Rilko, durante uma visita ao país na última semana.


O contingente para garantir a segurança durante a Jornada Mundial da Juventude foi mais alto não só pelas manifestações, mas também pela decisão de que o exército seja o responsável por cuidar do Campus Fidei, em Guaratiba, onde o papa realizará sua missa campal.

Inicialmente a segurança durante a cerimônia seria realizada por uma empresa privada, mas o governo optou por dar a tarefa a sete mil soldados, 500 dos quais estarão à paisana para cuidar do altar.

O plano para garantir a segurança pessoal do papa, que não utilizará o papamóvel de seus antecessores, com uma cabine de vidro à prova de balas, e sim o jipe aberto que emprega em Roma, também foi mudado.

"O papa optou pelo papamóvel que usa em Roma para facilitar sua aproximação com as pessoas", explicou o arcebispo do Rio de Janeiro, Orani Tempesta. 

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