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Protesto pesa o clima em São Paulo antes do começo da Copa

PM agiu para evitar que os manifestantes fechassem a Radial Leste, principal via de acesso a Arena Corinthians, palco da abertura do Mundial


	Homem foge de bomba lançada pela PM em São Paulo
 (Reuters)

Homem foge de bomba lançada pela PM em São Paulo (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2014 às 17h49.

São Paulo - Um protesto que aconteceu nesta quinta-feira em São Paulo, e que começou de forma pacífica, acabou pesando o ambiente festivo da capital paulista por ocasião da abertura da Copa do Mundo.

Cem funcionários do metrô de São Paulo estavam reunidos na sede do sindicato para reivindicar a readmissão de 42 funcionários que foram demitidos, quando um grupo de jovens, a maioria vestida de preto e encapuzada, se uniu à concentração.

Os jovens haviam sido dispersados antes pela Polícia em uma concentração próxima contra a organização do Mundial, por isso decidiram se unir aos funcionários de metrô, que estavam reunidos na zona leste da capital paulista, a cerca de quatro quilômetros de distância do estádio inaugural Arena Corinthians.

Diante da chegada da Polícia Militar (PM), a tensão começou a aumentar e vários manifestantes correram para arrancar lixeiras criaram barricadas com fogo a poucos metros de distância de um posto de gasolina.

A polícia tentou dispersar os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, o que deixou pelo menos sete feridos, segundo as autoridades.

'As tropas de choque começaram a avançar e atiraram bombas de gás. O escudo bateu no meu braço e me feriu. Conseguimos escapar de três bombas que explodiram muito perto de nós', comentou à Efe Fernanda Valério, que assistiu à manifestação para protestar contra as elevadas despesas do Mundial.

Durante a confusão, um grupo tentou se refugiar dentro de um bar, mas o gás lacrimogêneo entrou no local e algumas pessoas, incluindo crianças, tiveram dificuldade para respirar, como pôde constatar a Agência Efe.

'A situação é de caos, estamos em um lugar fechado, a polícia lançando bombas (de gás) e nós com crianças aqui. A sensação é de caos', disse à Agência Efe Roberto Guimarães, que foi surpreendido quando tomava um café.

Enquanto dentro do bar as pessoas botavam vinagre em pedaços de tecido para tentar respirar, da janela podia se ver como os policiais avançavam com escudos em direção aos manifestantes que estavam no local.

Os participantes foram finalmente dispersados por volta de meio-dia, quando vários torcedores já começavam a se deslocar de metrô ou a pé para a Arena Corinthians.

Quando a situação se acalmou, algumas das pessoas que foram à concentração de forma pacífica lamentaram os confrontos.

'Estávamos tranquilos, não fizemos nada para que a Polícia viesse. Vieram sem motivo', contou um dos manifestantes, que detalhou que 'não é justo' que o Brasil tenha Copa quando não há hospitais nem educação 'adequada'.

Antes do começo dos confrontos, um pai viu seu filho pela TV participando da manifestação e foi até ele para levá-lo para casa. Os dois começaram uma inusitada discussão familiar diante de dezenas de veículos de imprensa.

A PM informou em comunicado que agiu para evitar que os manifestantes fechassem a Radial Leste, principal acesso para que os torcedores possam chegar ao estádio Arena Corinthians.

O ambiente lá era muito diferente, onde centenas de pessoas com camisetas das seleções do Brasil e da Croácia comemoravam o começo do Mundial. EFE

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