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Protesto de hoje em São Paulo será por manifestantes presos

Tiveram processo instaurado, no total, 29 pessoas – 14 da primeira semana de protestos e 15 da segunda


	Milhares de manifestantes se concentraram na Praça da Sé, em São Paulo: os militantes do MPL declararam que vão reivindicar, agora, a tarifa zero no transporte público em São Paulo.
 (REUTERS/Alex Almeida)

Milhares de manifestantes se concentraram na Praça da Sé, em São Paulo: os militantes do MPL declararam que vão reivindicar, agora, a tarifa zero no transporte público em São Paulo. (REUTERS/Alex Almeida)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2013 às 17h33.

São Paulo – Representantes do Movimento Passe Livre (MPL) disseram que o protesto marcado para hoje (20), às 17h, na Avenida Paulista será para, além de comemorar a revogação do aumento nas tarifas do transporte público na capital, anunciada ontem pelos governos municipal e estadual, lembrar das pessoas que seguem presas ou sofrendo processo criminal devido às manifestações.

“Segunda-feira, todo paulistano vai pagar mais barato no metrô, trem e ônibus. Só que muita gente se feriu e muita gente está respondendo processo ou segue detida por isso. Então, eu acho que a população deve se sensibilizar e a gente deve continuar na rua para que todos os processos sejam retirados. Essas pessoas não devem responder processo por uma vitória popular”, disse Mayara Vivian, militante do MPL.

Desde a manifestação de terça-feira (18), quando 29 pontos comerciais, entre lojas e bancos, sofreram depredações e até saques, continuam presas 30 pessoas, sob acusações diversas, como furto qualificado e formação de quadrilha. Tiveram processo instaurado, no total, 29 pessoas – 14 da primeira semana de protestos e 15 da segunda. “A gente está trabalhando com um grupo de advogados apoiadores e a defensoria pública para tentar arquivar ou retirar todas as acusações”, informou o militante do MPL, Douglas Belome.

De acordo com Belome, o MPL vai auxiliar todos os manifestantes presos, mesmo que sobre eles recaiam acusações como furto, por acreditar que muitos tenham sido presos injustamente. “Depois que a manifestação já tinha acabado, muitos manifestantes que estavam circulando pela rua foram presos pela polícia e eram manifestantes que não tinham cometido nenhum ato de furto ou qualquer vandalismo que seja”, disse.

Quanto aos atos de depredação e pichação ocorridos durante os protestos, Mayara disse acreditar que a violência não é o caminho, mas compreende certas atitudes. “Essa insatisfação popular, que às vezes se traduz nesses atos que se excedem um pouco mais, ela deve ser compreendida no grau de insatisfação muito grande da população. Ela está respondendo dessa forma a uma violência primeiro do Estado, de não ter dinheiro para pagar ônibus, de ser espoliado, de ser oprimido na periferia”, disse.

Os militantes do MPL declararam que vão reivindicar, agora, a tarifa zero no transporte público em São Paulo, mas ainda não sabem se continuarão a promover manifestações nas ruas. “A nossa bandeira é pelo transporte público. E ele não vai ser público de fato enquanto existir tarifa. A gente vai continuar trabalhando pela conquista da tarifa zero”, disse Belome.

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