Brasil

Prorrogação da CPI das Fake News é aprovada com foco na pandemia

A comissão ganhou mais 180 dias e deve mirar principalmente em notícias falsas relacionadas ao novo coronavírus

Comissão será prorrogada até outubro com foco no novo coronavírus (Jane de Araújo/Agência Senado)

Comissão será prorrogada até outubro com foco no novo coronavírus (Jane de Araújo/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de abril de 2020 às 09h37.

Apesar da operação deflagrada na última hora, o Palácio do Planalto não conseguiu barrar a prorrogação da CPI das Fake News. Vista como foco de problemas para o governo, a comissão composta majoritariamente por deputados e senadores de oposição ganhou mais 180 dias e vai funcionar até outubro.

O Congresso confirmou o apoio de 34 senadores e 209 deputados à continuidade das investigações, iniciadas em 2019. Houve pressão do governo para a retirada de assinatura, mas não adiantou.

Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro alegavam que a agenda do Legislativo deveria se concentrar em medidas de combate ao coronavírus. Integrantes da CPI, por outro lado, argumentaram que há muitas informações falsas sobre a doença que precisam ser investigadas.

A continuidade da CPI é mais um revés para Bolsonaro, que se desgastou com o Congresso e perdeu respaldo de aliados por defender posições antagônicas às das autoridades sanitárias do Brasil e do mundo no enfrentamento da covid-19.

Mudanças recentes na composição da CPI, especialmente no PSL, partido que Bolsonaro abandonou, fizeram com que o governo passasse a sofrer seguidas derrotas em votações. A CPI, a partir de agora, pretende abrir até uma frente para apurar quem repassou fake news sobre a pandemia do novo coronavírus.

Segundo o senador Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da comissão parlamentar, o objetivo é "descobrir quem são os patrocinadores dessas pessoas que se utilizam de perfis falsos para depreciar as instituições, a família e atentar contra a vida, com falsas informações sobre o coronavírus". "Temos que banir os marginais digitais e punir seus financiadores", disse.

Twitter e Facebook passaram a bloquear o acesso a conteúdos que são contrários às orientações médicas e podem colocar em risco a saúde pública.

Nesta semana, Bolsonaro reproduziu em sua conta oficial do Twitter um vídeo mostrando desabastecimento de um mercado de produtos agrícolas em Contagem (MG). O vídeo era falso e ele acabou pedindo desculpas, além de apagá-lo.

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filhos do presidente, também tiveram publicações relacionadas à covid-19 removidas ou borradas de redes sociais.

Antes da pandemia, a CPI já havia aprovado pedidos para promover audiência com representantes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e interrogar pessoas ligadas ao movimento antivacina e a sites com recomendações médicas falsas.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusCPIFake news

Mais de Brasil

Revalida divulga resultado de recursos para atendimento especializado

Com segurança reforçada, Alexandre de Moraes recebe homenagem no Tribunal de Contas de SP

Nova onda de frio terá ciclone e 'chuva congelada' no Brasil; veja quando começa

São Paulo terá chuva, rajadas de vento e temperatura de 6 ºC; Defesa Civil emite alerta