Brasil

Propina teria sido paga depois da Operação Lava Jato

Erton Medeiros de Fonseca, da Galvão Engenharia, disse que foi extorquido para pagar R$ 8,3 milhões de propina em valores líquidos, entre os anos 2010 e 2014


	Galvão Engenharia: defesa de Erton alega que pagamentos foram feitos pela Galvão para contas da LFSN Consultoria
 (Divulgação/ Galvão Engenharia)

Galvão Engenharia: defesa de Erton alega que pagamentos foram feitos pela Galvão para contas da LFSN Consultoria (Divulgação/ Galvão Engenharia)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2014 às 16h59.

São Paulo - A defesa do executivo investigado na Lava Jato, Erton Medeiros de Fonseca, da Galvão Engenharia, afirmou à Justiça Federal do Paraná que ele foi extorquido para pagar R$ 8,3 milhões de propina em valores líquidos, entre os anos 2010 e 2014.

Há até um pagamento de R$ 230 mil em 2 de abril de 2014 dentre esses valores, quando a operação Lava Jato já havia sido deflagrada.

De acordo com a versão da defesa do executivo, ele teria sido ameaçado por Shinko Nakandari, "pessoa que se apresentou como emissário da Diretoria de Serviços da Petrobras na presença de Pedro Barusco".

Ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços, Barusco fechou acordo de delação premiada em que se comprometeu a devolver cerca de US$ 100 milhões e contar o que sabe sobre o esquema de corrupção e propina na estatal.

No documento encaminhado à Justiça Federal, a defesa de Erton alega que os pagamentos foram feitos pela Galvão Engenharia para contas da LFSN Consultoria, empresa que o executivo diz ter sido indicada por Shinko e para a qual Erton teria sido obrigado a fazer pagamentos a título de propina "com a efetiva ameaça de retaliação das contratações que a Galvão Engenharia S/A tinha com a Petrobras, caso não houvesse o pagamento dos valores estipulados de maneira arbitrária, ameaçadora e ilegal", assinalam os advogados José Luis Oliveira Lima e Camila Torres Cesar, responsáveis pela defesa do executivo.

A Diretoria de Serviços da estatal foi comandada até 2012 por Renato Duque, também preso na sétima etapa da Lava Jato.

Duque é apontado como indicado do PT ao cargo e, segundo depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef à Justiça Federal, ele seria o responsável por operacionalizar o esquema de propinas para o PT.

Todas as licitações da estatal passam pela Diretoria de Serviços que, segundo Costa e Youssef, recolhia 2% do valor dos contratos para o Partido dos Trabalhadores.

A reportagem não conseguiu localizar Shinko Nakandari e a empresa LFSN Consultoria.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEstatais brasileirasEmpresas estataisPetrobrasCapitalização da PetrobrasPetróleoGás e combustíveisIndústria do petróleoCorrupçãoEscândalosFraudesOperação Lava JatoGalvão EngenhariaIrregularidades

Mais de Brasil

Não há ‘temas proibidos’ em conversa entre Lula e Trump, diz Alckmin

Presidente da Caixa deve defender bet do banco em reunião com Lula

Polícia Federal pode suspender emissão de passaportes por falta de verba

Deputados protocolam PEC da Reforma Administrativa