SEDE DO MONTE DEI PASCHI: fundado em 1472, o banco não resistiu à crise financeira internacional / Divulgação
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2016 às 05h28.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h42.
Petrobras vende
A Petrobras anunciou na noite de ontem a venda de usinas térmicas e de participações em áreas do pré-sal para o grupo francês Total por 2,2 bilhões de dólares. Os recursos só entrarão no caixa da companhia após a assinatura do contrato, num prazo de 60 dias, mas já serão contabilizados no plano de desinvestimentos para o períodos 2015-2016. Com ele, a companhia vendeu 13 bilhões de dólares em ativos, 2 bilhões abaixo da meta estabelecida. O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que vai trabalhar até o dia 31 de dezembro para atingir o objetivo.
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A recuperação da PDG
A incorporadora PDG vai entrar com pedido de recuperação judicial em janeiro, segundo fontes afirmaram ao jornal O Estado de S. Paulo. As dívidas da companhia somam 7,5 bilhões de reais e afirmou na terça-feira que não vai pagar juros relativos a debêntures emitidas. A companhia afirmou que não há decisão sobre pedir recuperação judicial.
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Odebrecht assina
A construtora Odebrecht e a petroquímica Braskem, ambas do Grupo Odebrecht, assinaram um acordo de leniência com a Suíça e os Estados Unidos. A intenção é suspender as ações judiciais contra ambas que correm nos dois países. O acordo de leniência é uma espécie de delação premiada para empresas, na qual as duas se comprometem a contar fatos ilícitos praticados em troca de perdão para que continuem suas atividades. A Odebrecht pagará uma multa de 3,8 bilhões de reais e a Braskem, de 3,1 bilhões às autoridades de Suíça, EUA e Brasil. O valor será quitado ao longo de 21 anos e corrigido pela taxa Selic. De acordo com o Ministério Público, esses são os maiores acordos em termos monetários da história mundial para um caso de corrupção.
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Bilhões em propinas
De acordo com um documento fornecido pelo Departamento de Justiça Norte-Americano, a Odebrecht pagou 2,6 bilhões de reais em propinas em mais de 100 projetos em 11 países, incluindo Brasil, Argentina, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Moçambique e Angola. Ainda de acordo com o departamento, em troca dessa propina a empreiteira obteve benefícios de cerca de 12 bilhões de reais. Um dos valores mais altos foi pago na Venezuela, onde chegou a cerca de 330 milhões de reais.
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Presidente sancionará?
O presidente Michel Temer disse ontem que deve sancionar a lei aprovada pela Câmara na terça-feira que repactua a dívida dos estados com a União. A votação foi vista como a primeira grande derrota do governo e da equipe econômica, já que as contrapartidas a serem oferecidas pelos estados em troca de um período maior para pagar a dívida foram retiradas do texto. Na prática, se as contrapartidas estivessem em lei, isso facilitaria a renegociação desses débitos e causaria menos atritos políticos com estados e governadores. O presidente, no entanto, garantiu que as contrapartidas serão cobradas no momento da renegociação. “No momento que houver o pedido, nós vamos determinar que só se dá a recuperação se houver contrapartida”. Sem elas, de acordo com o presidente, as contas estaduais vão “para o vinagre”.
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Loucura
O Instituto Lula divulgou uma nota nesta quarta-feira afirmando que a Lava-Jato chegou ao “grau de loucura” ao investigar um terreno que “não existe”. O título sugestivo é “Lava Jato supera Kafka e Minority Report”. A nota diz que a operação investiga um terreno que ela mesma admite não ser nem nunca ter pertencido ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Delatores da Odebrecht afirmaram que o local foi comprado para ser sede do Instituto Lula, mas isso acabou não se concretizando. O texto ainda diz que a intenção do juiz Sergio Moro, ao aceitar esse tipo de denúncia, é gerar manchetes na tentativa de impedir que Lula seja candidato em 2018.
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Ou juros ou pagamentos
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira que o governo não recuou em relação a mudanças no sistema de pagamento de cartões de crédito. Segundo o ministro, a diminuição de 30 para dois dias no prazo em que as administradoras de cartões de crédito repassam o valor das compras aos lojistas depende apenas de resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) para ser fixada. Apesar disso, segundo Meirelles, o governo espera que os bancos baixem voluntariamente os juros nos próximos 30 dias. Se isso não acontecer, aí sim o CMN diminuirá o prazo do pagamento aos lojistas na reunião de janeiro. “Na reunião de hoje [do CMN], esse tema não será discutido. Se os bancos não começarem a baixar voluntariamente os juros, o CMN toma a decisão na reunião de janeiro”, disse.
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Inflação cai
A prévia da inflação oficial de dezembro, IPCA-15, subiu 0,19% em dezembro, ante o avanço de 0,26% no mês anterior. Foi o menor patamar para o mês de dezembro desde 1998. No mesmo mês de 2015, a taxa tinha sido de 1,18%. O IPCA-15 de 2016 encerrou em 6,58% – nível mais baixo desde 2014 (6,46%). O resultado de dezembro veio abaixo da expectativa de analistas, que era de avanço de 0,29%. A principal influência para a queda em dezembro veio de energia elétrica, que recuou 1,93%.
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Resgate italiano
Enquanto a polícia alemã atabalhoadamente caça o terrorista que matou 12 pessoas na segunda-feira em Berlim, a crise econômica europeia voltou às manchetes. Um esperado marco da penúria finalmente se confirmou: o banco Monte dei Paschi di Siena — fundado em 1472, portanto o mais antigo do mundo, e o terceiro maior da Itália — derreteu. A instituição não resistiu à atual crise financeira internacional e aos 13 anos de estagnação da economia italiana. Para proteger os depósitos de 5,3 milhões de clientes, os empregos de outros 25.742 funcionários e a própria economia do país, o governo italiano prepara um resgate no valor de 20 bilhões de euros — ou 833 euros para cada família italiana.