O marqueteiro João Santana, que comandou a comunicação da campanha de Funes - eleito em março do ano seguinte - também teria participado da operação, recebendo o valor da Odebrecht. (REUTERS/Rodrigo Paiva)
Ligia Tuon
Publicado em 3 de dezembro de 2016 às 08h44.
Última atualização em 3 de dezembro de 2016 às 09h49.
São Paulo - As aguardadas delações dos executivos da Odebrecht - que fechou nesta quinta-feira, 1º, acordo de leniência com procuradores da Lava Jato - começam a pipocar. A mais recente, divulgada pela Folha de S. Paulo neste sábado, 03, aponta um repasse de R$ 5,3 milhões feito pela empreiteira à campanha de Mauricio Funes, quando era candidato à Presidência de El Salvador.
Segundo a reportagem, a intermediária foi a brasileira Vanda Pignato, ex-primeira dama do país centro-americano, que teria negociado o pagamento com a alta cúpula do PT, em 2008, e com a autorização do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O marqueteiro João Santana, que comandou a comunicação da campanha de Funes - eleito em março do ano seguinte - também teria participado da operação, recebendo o valor da Odebrecht.
Outra delação que teve seu conteúdo divulgado foi a de Paulo Cesena, presidente da Odebrecht Transport. Segundo o colunista Lauro jardim, o executivo falou em repasses de dinheiro – em nome do PMDB – a Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, e a Moreira Franco, Secretário de Programa de Parceria de Investimentos (PPI) do governo Temer. Em troca, alguns pleitos da Odebrecht na Secretaria de Aviação Civil seriam atendidos.