Brasil

Promotoria Eleitoral denuncia Skaf por R$ 5,1 mi em propinas da Odebrecht

Além de Paulo Skaf, o marqueteiro Duda Mendonça e outros executivos são acusados os crimes de lavagem de dinheiro durante a campanha de 2014

Skaf: segundo a empreiteira, os pagamentos ao empresário teriam sido feitos sob os codinomes "Kibe" e "Tabule" (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Skaf: segundo a empreiteira, os pagamentos ao empresário teriam sido feitos sob os codinomes "Kibe" e "Tabule" (Rovena Rosa/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de abril de 2020 às 09h05.

O Ministério Público Eleitoral em São Paulo denunciou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (MDB), por R$ 5,1 milhões em propinas e caixa dois da Odebrecht, durante a campanha de 2014, ao governo do Estado. Também são acusados o marqueteiro de campanhas Duda Mendonça, seu filho, Alexandre Mendonça e Paulo Luciano Tenuto Rossi, o "Palu", o doleiro Álvaro José Novis, o presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, e três ex-executivos ligados à construtora.

A denúncia é assinada pelos promotores da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Fábio Ramazzini Bechara, Everton Luiz Zanella, Luiz Ambra Neto e João Santa Terra Júnior. Eles também imputam aos acusados os crimes de lavagem de dinheiro.

"Esquema deliberadamente voltado ao trato de dinheiro marginal, o que serve a necessidade de desassociá-lo de sua origem espúria conferindo-lhe, por sua própria fungibilidade, aptidão as mais amplas possibilidades de fruição, inclusive em campanhas eleitorais, e que apesar das evidencias quanto ao recebimento de vultosas quantias em espécie, inexiste qualquer sinalização sobre o real emprego desses valores, o que atesta a eficácia do propósito de ocultação", dizem os promotores.

Além da delação da empreiteira, a denúncia conta com diversas conversas entre agentes da Transnacional, responsável pela entrega do dinheiro, e também do doleiro Álvaro Novis. São mensagens internas em que os funcionários da corretora e da transportadora conversavam sobre senhas, datas, endereços, e codinomes, nomes dos intermediários da propina, e até mesmo seus celulares telefones.

Os pagamentos a Skaf, segundo a empreiteira, teriam sido feitos sob os codinomes "Kibe" e "Tabule". Em uma das entregas registradas pela empreiteira, e pela transportadora, no dia 21 de agosto de 2014, teria sido na Avenida Ibirapuera, 2927, onde fica o Hotel Bourbon.

Defesa

A defesa do presidente da Fiesp afirma que "não tem qualquer conhecimento ou informação acerca de denúncia ou acusação oferecida contra Paulo Skaf ou qualquer pessoa que integrou sua campanha. Todas as doações recebidas pela campanha de Skaf ao governo de São Paulo em 2014 estão devidamente registradas na Justiça Eleitoral, que aprovou sua prestação de contas sem qualquer reparo de mérito. Paulo Skaf reitera que nunca pediu e nem autorizou ninguém a pedir qualquer contribuição de campanha que não as regularmente declaradas".

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoJustiçaNovonor (ex-Odebrecht)Paulo Skaf

Mais de Brasil

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula