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Promotoria e Polícia revelam propinas de primos do governador de MT

Paulo Taques e Pedro Jorge Zamar Taques, que foram pesos na quarta (9), são acusados de receber pagamentos indevidos em contratos do Detran do estado

Justiça: Paulo Taques, que foi chefe da Casa Civil de MT entre 2015 e 2017 teria recebido pelo menos R$ 2,6 milhões em propinas (simpson33/Thinkstock)

Justiça: Paulo Taques, que foi chefe da Casa Civil de MT entre 2015 e 2017 teria recebido pelo menos R$ 2,6 milhões em propinas (simpson33/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de maio de 2018 às 22h28.

São Paulo - Documento do Ministério Público de Mato Grosso revela os detalhes da atuação do grupo supostamente liderado por dois primos do governador Pedro Taques (PSDB), os advogados Paulo Taques e Pedro Jorge Zamar Taques, para arrecadação de propinas por meio de contrato do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Os primos do tucano foram presos nesta quarta-feira, 9, na Operação Bônus, junto com o deputado estadual Mauro Savi (DEM).

O governador Pedro Taques não é citado na investigação, mas os primos estão no topo da organização, segundo os investigadores.

Paulo Taques exerceu o cargo de chefe da Casa Civil de Mato Grosso, entre janeiro de 2015 e maio de 2017. Ele teria recebido pelo menos R$ 2,6 milhões em propinas.

"Ao visualizar a possibilidade de ascensão ao governo do Estado e tendo conhecimento da existência da organização criminosa e do esquema ilícito por ela operado dentro do Detran/MT, Paulo Cesar Zamar Taques, Pedro Jorge Zamar Taques e Valter José Kobori, os dois primeiros primos do atual Governador e amigos de longa data do terceiro, não perderam tempo em tornar-se parte da organização e iniciar a solicitação e recebimento de propina em razão do cargo público que futuramente Paulo Cesar Zamar Taques viria a ocupar, qual seja, o de secretário-chefe da Casa Civil de Mato Grosso", assinalam seis promotores de Justiça e quatro delegados da Polícia de Mato Grosso que subscrevem o documento.

Eles citam interrogatório de José Ferreira Gonçalves Neto. "Após acertar o fim do pagamento de propinas através da Santos Treinamentos, autorizou Valter José Kobori, contratado por ele como Chief Executive Officer - CEO da EIG Mercados Ltda, a negociar o pagamento de propina com o novo governo a fim de manter o contrato entre sua empresa e o Detran/MT, em razão do que, antes mesmo do resultado das eleições de 2014, Valter Kobori lhe disse que já havia combinado com Paulo Cesar Zamar Taques o auxílio para a manutenção do contrato."

Defesa

A reportagem fez contato com o escritório Zamar Taques, de Cuiabá. O espaço está aberto para manifestação da defesa dos advogados Paulo Taques e Pedro Jorge Zamar Taques e também da EIG Mercados e da Santos Treinamentos.

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