Brasil

Promotoria de Milão pede seis anos de prisão para Berlusconi

Berlusconi está sendo julgado desde abril de 2011 em Milão por prostituição de menores e abuso de poder


	Ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi: "Pedimos uma pena de cinco anos por abuso de poder, aumentada para seis anos pela outra acusação", afirmou a promotora Ilda Bocassini.
 (Remo Casilli/Reuters)

Ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi: "Pedimos uma pena de cinco anos por abuso de poder, aumentada para seis anos pela outra acusação", afirmou a promotora Ilda Bocassini. (Remo Casilli/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2013 às 14h18.

Roma - A Promotoria de Milão pediu nesta segunda-feira uma condenação a seis anos de prisão para o ex-primeiro-ministro italiano e magnata das comunicações Silvio Berlusconi, assim como a inabilitação por toda a vida para qualquer cargo público, no julgamento por prostituição de menor e abuso de poder, conhecido como caso Ruby.

"Pedimos uma pena de cinco anos por abuso de poder, aumentada para seis anos pela outra acusação", afirmou a promotora Ilda Bocassini durante a audiência.

Berlusconi está sendo julgado desde abril de 2011 em Milão por prostituição de menores e abuso de poder. O ex-chefe de governo é acusado de ter pagado Ruby em dez ocasiões em troca de serviços sexuais e de ter pressionado a polícia para que a libertasse após sua detenção, em maio de 2011 por furto.

"Trata-se de um pedido desproporcional, muito alto, diante dos fatos ocorridos", lamentou o advogado de Berlusconi, Nicolo Ghedini.

Bocassini, chamada de La Rossa (a ruiva) por sua reputação de implacável durante suas investigações contra a máfia, denunciou em uma longa acusação de quatro horas "o sistema de prostituição montado para satisfazer sexualmente Silvio Berlusconi".

Segundo a promotora, a jovem marroquina Karima el-Mahrug, apelidada de Ruby, que no momento dos fatos era menor de idade e está no centro do julgamento contra o ex-chefe de governo, participou das festas do magnata, mais conhecidas como "bunga-bunga", organizadas em suas residências particulares.


"Não há dúvidas de que teve relações sexuais com Berlusconi e que, graças a isso, obteve benefícios", afirmou a procuradora.

Ruby foi convocada em dezembro pelo tribunal de Milão, mas pediu desculpas por meio de seus advogados explicando que estava no México. Após vários adiamentos da audiência, a mulher se apresentou no dia 14 de janeiro, mas não depôs, após um acordo entre a promotoria e seus advogados, concordando que seu comparecimento não era indispensável e que o tribunal podia se apoiar em suas declarações aos investigadores.

Em abril, a jovem compareceu para criticar a imprensa e a justiça, acusando-as de tê-la usado como um instrumento, e exigiu ser ouvida pelos juízes.

"Meu sofrimento também é culpa dos juízes que, motivados por intenções que não correspondem aos valores da justiça, me atribuíram a classificação de prostituta, embora sempre tenha negado ter mantido relações sexuais por dinheiro, em particular com Silvio Berlusconi", prosseguiu a mulher de 20 anos.

"Aos 17 anos, não sabia nem mesmo quais eram os ministros, não lia os jornais, sabia apenas quem era Silvio Berlusconi. Hoje entendi que uma guerra contra ele está em andamento, que não me diz respeito, mas na qual estou envolvida e que me prejudica. Não quero ser uma vítima desta situação, não é justo", lançou.

A próxima audiência foi fixada para o dia 3 de junho. Será a vez de os advogados de defesa se pronunciarem.

Acompanhe tudo sobre:CrimeEuropaItáliaPaíses ricosPersonalidadesPiigsPolíticosSilvio Berlusconi

Mais de Brasil

Lula foi monitorado por dois meses pelos 'kids pretos', diz PF

Tentativa de golpe de Estado: o que diz o inquérito da PF sobre plano para manter Bolsonaro no poder

A importância de se discutir as questões climáticas nos livros didáticos

Bolsonaro planejou e dirigiu plano de golpe de Estado, afirma PF