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Promotor tira 21 mortes da acusação no caso Carandiru

O Ministério Público considerou que os PMs eram culpados por 52 e não mais pelas 73 mortes no 2º andar do Pavilhão 9 do Carandiru


	Julgamento: na última fase do júri antes da sentença, o promotor Fernando Pereira da Silva avisou aos jurados que pediria a absolvição dos PMs por 21 mortes
 (Marcelo Camargo/ABr)

Julgamento: na última fase do júri antes da sentença, o promotor Fernando Pereira da Silva avisou aos jurados que pediria a absolvição dos PMs por 21 mortes (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2013 às 11h28.

São Paulo - O dia mais decisivo para 25 policiais militares acusados no caso Carandiru, em 1992, foi nesta sexta-feira, com o plenário cheio e uma novidade: o Ministério Público anunciou que eles eram culpados por 52 e não mais pelas 73 mortes no 2º andar do Pavilhão 9 da Casa de Detenção.

Logo no início dos debates, a última fase do júri antes da sentença, o promotor Fernando Pereira da Silva avisou aos jurados que pediria a absolvição dos PMs por 21 mortes. "Não queremos cometer injustiças", disse.

Ele levou em conta o fato de que três detentos tiveram suas mortes atribuídas a brigas entre os próprios presidiários, e quatro vítimas morreram em outro pavimento. Além disso, outros 14 detentos foram mortos no corredor direito do andar, e os réus entraram pelo lado esquerdo, segundo as provas no processo.

A sustentação da Promotoria foi recheada de outros números para demonstrar que houve execução no Carandiru. De acordo com os dados do laudo do Instituto Médico-Legal, dos 52 mortos, 37 tinham perfurações com trajetórias diferentes, e mais da metade das vítimas recebeu 2, 3 ou 4 tiros na região da cabeça e pescoço.

Além disso, no andar onde os 25 réus entraram não houve nenhum sobrevivente dentre os detentos que foram alvejados. Entre os réus, segundo o promotor Eduardo Canto, só um não estava envolvido em resistência seguida de morte até 2010. "Eu não sei como (os réus) conseguem dormir. Isso é repugnante", afirmou. Mas números também foram usados pela defesa para mostrar que a Justiça está equivocada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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