Julgamento do massacre do Carandiru: o julgamento trata de ação policial destinada a reprimir rebelião em 1992, que resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos. O caso ficou conhecido como o maior massacre de presídios brasileiros. (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2013 às 15h22.
São Paulo – O julgamento do Massacre do Carandiru, que ocorre no Tribunal Criminal da Barra Funda, teve a apresentação da acusação encerrada às 13h30 para intervalo de uma hora de almoço. Durante a sua apresentação, a promotoria decidiu que morreram 52, em vez de 73 presos, no segundo andar do Pavilhão Nove da antiga Casa de Detenção. O promotor Fernando Pereira Filho disse que os 25 réus que atuaram nesse andar não foram responsáveis por essas mortes.
A acusação falou durante 3 horas e apresentou diversas teses para comprovar que não teria ocorrido confronto entre presos e policiais. Os promotores disseram que a versão dos réus seria mentirosa. Foi apresentado um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) apontando que morreram 96% dos presos atingidos por disparos de armas de fogo durante a ação policial.
A promotoria reafirmou que ação coletiva pode ser constatada pelo laudo que aponta que 71,6% dos tiros partiram de trajetórias distintas. Isso significa que um único preso recebeu tiros de vários policiais. “Foi ação coletiva, o grupo agiu em conjunto, um segurou o escudo, outro liderou ação. E todos [os policias acusados] admitiram ter atirado”, disse.
O julgamento trata de ação policial destinada a reprimir rebelião em 1992, que resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos. O caso ficou conhecido como o maior massacre de presídios brasileiros.