Bruno Fernandes: após o desmembramento do processo, permanecem sendo julgados o ex-braço direito do jogador, o Macarrão, e outra namorada do atleta, Fernanda Gomes de Castro (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2012 às 13h58.
Contagem - Depois de se manter tranquilo durante a maior parte do julgamento pelo sequestro e morte da ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, Eliza Samudio, o promotor Henry Wagner Vasconcelos, encarregado da acusação, foi incisivo em sua apresentação oral do caso no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Ao se dirigir aos integrantes do conselho de sentença no fim da manhã e início da tarde desta sexta-feira, Vasconcelos classificou os acusados como "horda de bandidos" e chamou de "facínora" o jogador, acusado de ter tramado o assassinato da ex-amante. O promotor afirmou ainda que réus e testemunhas mentiram na maior parte do tempo.
Os trabalhos no quinto dia de julgamento tiveram início com cerca de duas horas de atraso, porque a juíza Marixa Fabiane Lopes determinou que o áudio fosse transmitido para fora do plenário, o que demandou uma série de adaptações técnicas no fórum. A magistrada adotou a medida pois proibiu a movimentação no plenário do Tribunal do Júri enquanto estiver ocorrendo o debate entre acusação e defesa.
Esses debates vão ter nove horas de duração, sendo duas horas e meia para cada uma das partes, com mais uma hora de réplica e tréplica para acusação e defesa. Após as discussões, os jurados se reúnem para votar os quesitos apresentados na denúncia e, em caso de condenação, a juíza definirá a sentença de cada acusado.
Após o desmembramento do processo em relação a Bruno, ao ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e à ex-mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo, permanecem sendo julgados o ex-braço direito do jogador, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e outra namorada do atleta, Fernanda Gomes de Castro. A expectativa é de que conheçam o veredicto no fim desta noite.
Henry Vasconcelos pediu a condenação de ambos, salientando que, para o Ministério Público, Eliza era vítima de sequestro e cárcere privado ao ser transportada do Rio de Janeiro para Minas Gerais pelos acusados.
Macarrão e Fernanda tentaram negar o sequestro em seus depoimentos e, apesar de admitirem que a vítima foi assassinada - seu corpo nunca foi encontrado -, negaram qualquer participação direta na execução. "Apesar de termos um homicídio sem corpo, temos um homicídio repleto de provas", disse o promotor, exibindo volumes do processo para os jurados.
Ele ressaltou que "Macarrão também deve ser condenado, porque sabia" que Elisa seria executada. Em seu depoimento, o então braço direito de Bruno afirmou estar "pressentindo" que a vítima seria assassinado quando a levou, a mando do goleiro, para a região da Pampulha, em Belo Horizonte, para ser entregue a um homem que ele alegou não saber identificar. A defesa deve começar a fazer sua apresentação nesta tarde.