Brasil

Senado aprova mudança na atuação da Petrobras no pré-sal

Depois de uma tarde de negociações, texto do projeto diz que a Petrobras terá preferência, mas não obrigatoriedade, de ser operadora exclusiva no pré-sal


	Campo da Petrobras no pré-sal: estatal não tem mais obrigação de ser operadora única nos projetos de exploração
 (.)

Campo da Petrobras no pré-sal: estatal não tem mais obrigação de ser operadora única nos projetos de exploração (.)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 22h25.

BRASÍLIA - O Senado aprovou nesta quarta-feira o projeto que desobriga a Petrobras de ser a operadora única e de ter participação mínima de 30 por cento nos consórcios formados para as explorações do petróleo da camada do pré-sal.

Aprovado por 40 votos a 26, a proposta segue à Câmara dos Deputados. Segundo o relator em plenário do projeto, senador Romero Jucá (PMDB-RR), além de retirar a obrigatoriedade de participação da Petrobras, a proposta dá a preferência para que a estatal decida se tem interesse em atuar como operadora única no consórcio.

O dispositivo que trata do tema estabelece que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), considerando o interesse nacional, “oferecerá” à Petrobras a preferência para ser a operadora exclusiva.

Antes o texto dizia que o conselho poderia ofertar essa preferência, o que recebeu críticas do novo líder do governo, senador Humberto Costa (PT-PE). Para ele, o texto, na forma que estava redigido, não garantia que a estatal teria a preferência.

Depois de uma tarde de negociações, pouco antes do início da votação, Jucá apresentou um novo voto, em que substituiu o termo “poderá oferecer” por “oferecerá” a preferência.

O governo já sinalizava, nos bastidores, concordar com a possibilidade de flexibilização das regras de exploração do pré-sal, e demonstrava simpatia pela ideia de a estatal ter a preferência na exploração, sem admitir essa posição abertamente.

Senadores favoráveis à aprovação da proposta argumentaram, durante a discussão em plenário nesta quarta, que o projeto é necessário para recuperar a situação financeira da Petrobras, desgastada após denúncias de um esquema de corrupção desbaratado pelas investigações da Lava Jato.

O autor do projeto, senador José Serra (PSDB-SP), defendeu sua aprovação em plenário, negando que esteja ferindo qualquer prerrogativa da estatal. “A Petrobras está quebrada financeiramente”, disse Serra.

Para o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o projeto pode ser “uma porta de saída para a crise na Petrobras”. 

Já a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) argumentou que o projeto “mata” a política de conteúdo nacional e favorece interesses de fornecedores e petroleiras internacionais. Negou ainda que o regime de partilha impeça empresas estrangeiras de participar das explorações.

A legislação atual obriga a Petrobras a ter a participação mínima de 30 por cento e a ser operadora em todas as áreas do pré-sal, concedidas por meio do regime de partilha, em que parte da produção do petróleo é repassada à União.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoPolítica no BrasilPré-salSenado

Mais de Brasil

Prefeitura de SP faz projeção de imagens em homenagem ao Papa Francisco

'Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula', diz deputado ao recusar cargo de ministro

Lula, Bolsonaro, Tarcísio, Michelle e Ciro: Paraná Pesquisas simula cenários das eleições de 2026