Flamengo: área do centro de treinamento do clube, destruída pelo incêndio que causou dez mortes (Ricardo Moraes/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de fevereiro de 2019 às 15h19.
São Paulo - Com base no comparativo de duas imagens do Centro de Treinamento Ninho do Urubu, do Flamengo, em Vargem Grande, Rio, onde o clube montou os contêineres para alojar 36 garotos das categorias inferiores, é possível constatar que o projeto original do CT não tinha espaço para aquele setor onde os meninos moravam.
A maquete do Ninho, divulgada antes mesmo de ele ser inaugurado, mostrava um jardim e um estacionamento bem cuidado para receber os convidados do Flamengo, profissionais de outras áreas e parceiros do clube.
Na gestão do presidente Eduardo Bandeira de Melo, quando o Ninho foi idealizado e entregue, uma vez que a atual administração assumiu em 1º de janeiro, como ela mesma ressaltou neste fim de semana, não havia alojamento em contêineres naquele setor. No dia no incêndio, ocorrido na sexta-feira passada, havia 24 meninos dormindo no local, dez morreram queimados e três precisaram de socorros médicos.
Nas imagens mostradas do incêndio, ainda com os contêineres em chamas, dava para ver as passagens impedidas na frente da porta do alojamento, com objetos que mais pareciam estar em um depósito de entulhos. A aparência antes do incêndio era mesmo essa.
No projeto original, nada disso deveria estar ali. Maquete e planta do Ninho do Urubu foram enviadas para a prefeitura do Rio em 2010, portanto, há mais de oito anos. Elas foram aprovadas em 2011 e depois modificadas dentro do CT, muito provavelmente sem mais vistorias de órgãos competentes do Estado.
O Ninho foi inaugurado em dezembro de 2018, já com o alojamento que pegou fogo na sexta-feira. Dirigentes do Flamengo informaram que o local era provisório e que ele seria desativado em breve.