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Projeto defende fim de atropelamentos de animais em rodovias

Estima-se que 450 mi de animais silvestres sejam atropelados em rodovias todos os anos no Brasil, segundo Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas


	Rodovia em Mato Grosso do Sul: iniciativa começa justamente por esse estado
 (Arquivo/CNT)

Rodovia em Mato Grosso do Sul: iniciativa começa justamente por esse estado (Arquivo/CNT)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 16h34.

São Paulo - Os dados não poderiam ser mais chocantes. Estima-se que 450 milhões de animais silvestres sejam atropelados em rodovias todos os anos no Brasil, segundo estimativas do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), da Universidade Federal de Lavras.

Os prejuízos são incalculáveis. Os mais importantes e impactantes são as perdas de vidas animais e humanas, já que quando bichos de médio e grande parte estão envolvidos em choque com veículos, geralmente o acidente é muito grave.

Outra consequência deste índice alarmante é a perda da biodiversidade no país.

Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) relataram entre abril de 2013 a março de 2014, em apenas três trechos de pouco mais de 1 mil quilômetros de rodovias do Mato Grosso do Sul, encontraram 1.124 carcaças de 25 espécies diferentes de animais silvestres.

Entre os animais que mais morrem nas estradas daquele estado estão cachorro do mato, tatu peba, tamanduá bandeira, tamanduá mirim e capivara.

Para combater os atropelamentos e reverter esta situação, especialistas criaram o projeto Rede Estrava Viva.

A iniciativa começa justamente pelo Mato Grosso do Sul, mas a intenção é que seja divulgada e implantada por todo território brasileiro.

Profissionais de diferentes áreas e diversas organizações vão atuar juntos para proteger as espécies da fauna nas estradas.

Entre as ações em andamento estão compilação de dados sobre o tema, comunicação e sensibilização do público e criação de sistemas e estratégias para reduzir atropelamentos de animais.

"O problema é de fato muito grave e acontece por uma série de razões, entre elas, a negligência do motorista, que muitas vezes ultrapassa a velocidade permitida", afirma Patrícia Medici, coordenadora da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (IPÊ).

Com o apoio da Rede Estrada Viva, uma das ações já planejadas é o Dia Nacional de Urubuzar, no feriado de 15 de novembro.

Será a data para divulgar o Urubu Mobile, aplicativo para registro de atropelamentos de animais, como noticiamos aqui no Planeta Sustentável.

Em alguns casos, pequenas medidas podem fazer a diferença para solucionar o problema.

"Em 2006, no Pontal do Paranapanema no Estado de São Paulo, num trecho que corta o Parque Estadual Morro do Diabo, foram instaladas placas educativas e radares a fim de reduzir os atropelamentos de fauna", conta Patrícia. A iniciativa foi suficiente para reduzir a mortalidade de antas de uma média de seis por ano para uma a cada três anos.

A anta é listada como vulnerável à extinção devido especialmente a seu ciclo reprodutivo muito longo (cerca de dois anos).

A pesquisa do Instituto IPÊ identificou que diariamente uma ou até duas antas são mortas a cada 1.000 quilômetros de rodovias no Mato Grosso do Sul.

Agora é vez de você fazer a sua parte! Dirija com tranquilidade, respeite a velocidade permitida e pé no freio quando ver um animal na estrada. Vamos salvar a vida de todos!

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