Brasil

Projeto de proteção marítima atrai empresas ao Brasil

Projeto da Marinha de orçamento provável de R$ 14 bilhões está atraindo gigantes como Airbus e Boeing


	Soldado da Marinha no Rio de Janeiro: projeto visa ao monitoramento e proteção de 4,5 milhões de quilômetros quadrados marítimos por meio de recursos de alta-tecnologia
 (REUTERS)

Soldado da Marinha no Rio de Janeiro: projeto visa ao monitoramento e proteção de 4,5 milhões de quilômetros quadrados marítimos por meio de recursos de alta-tecnologia (REUTERS)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2014 às 19h39.

Rio - Gigantes como a Airbus e a Boeing, além de empresas da Itália, Israel e Inglaterra, estão de olho no processo seletivo que a Marinha abrirá para o desenvolvimento e operação do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz).

Trata-se de um projeto de orçamento provável de R$ 14 bilhões e implementação até 2025 que visa ao monitoramento e proteção de 4,5 milhões de quilômetros quadrados marítimos por meio de recursos de alta-tecnologia.

Nesta sexta-feira, 17, de manhã, a Diretoria de Gestão de Programas Estratégicos da Marinha (DGePEM) convocou empresas interessadas para uma apresentação sobre o que o governo espera do sistema. Representantes de empresas do Brasil e de todo o mundo lotaram o auditório da Escola de Guerra Naval, no Rio.

Como se trata de uma área sensível, apenas proponentes brasileiras poderão se habilitar para coordenador o sistema - estrangeiros serão aceitos em consórcios. Das nacionais, só serão consideradas as 26 credenciadas no Ministério da Defesa como Empresas Estratégicas de Defesa (EED).

O projeto foi conceituado entre 2011 e 2013, ao custo de R$ 38 milhões, e está inserido no conjunto de medidas da administração federal para fortalecer a Defesa do País - o que inclui o desenvolvimento do Sistema de Monitoramento das Fronteiras (SisFron), e a compra de 36 caças Gripen da Suécia, que vêm renovar a obsoleta frota brasileira.

As propostas têm de ser encaminhadas até julho à Marinha, que, em junho de 2015, divulgará a vencedora. O cronograma prevê desenvolvimento em quatro módulos na próxima década, com instalação de equipamentos como satélites, sensores, radares, aviões não - tripulados e dirigíveis. As empresas terão de visitar os locais a serem monitorados para visualizar as dificuldades do trabalho.


A chamada Amazônia Azul se estende do Amapá ao sul do Rio Grande do Sul - o nome remete à Amazônia porque a extensão é semelhante à da floresta.

A principal missão do sistema é resguardar as águas jurisdicionais brasileiras com vistas a proteger as riquezas - como a reserva petrolífera da camada pré-sal - e fornecer informações para evitar e responder a desastres ambientais, chamados de socorro e ameaças externas.

"Se vigiar por terra é difícil, no mar é muito mais. Mas precisamos saber o que acontece no nosso mar", afirmou o vice-almirante Antônio Carlos Frade Carneiro, à frente da DGePEM.

"Não estamos fazendo uma licitação pelo menor preço, e sim pela melhor relação custo-benefício. O custo é irrisório se comparado às riquezas produzidas no mar. Não será aceita proposta que contenha equipamentos a serem importados. Queremos a transferência de tecnologia para o Brasil, para que o Brasil seja soberano na área da defesa."

O francês Albert Cavaco, diretor de programas estratégicos da Airbus Defense and Space, uma das interessadas em participar, afirmou acreditar que a grande dificuldade do projeto é o alcance do monitoramento - até 648 quilômetros da costa. "Mas não é impossível. O Brasil está desenvolvendo um dos programas mais ambiciosos do mundo, não há nada dessa magnitude em lugar algum."

O sócio da Módulo Security Solutions, especializada em software para governança e riscos, Fernando Nery, apontou a integração de diferentes soluções tecnológicas como o maior desafio.

Acompanhe tudo sobre:ArmasMarinhaOceanos

Mais de Brasil

Câmara aprova projeto que altera regra de progressão de pena para condenados por crime hediondo

Governo apresenta ao STF plano para ressarcir aposentados que tiveram descontos indevidos

Castração química para estupradores: projeto avança na Câmara; entenda proposta

São Paulo e Rio de Janeiro registram a tarde mais fria do ano nesta quarta-feira