Brasil

Projeto de lei sobre domésticas terá que passar por comissão

A expectativa era que a matéria seguisse hoje (18) para votação em plenário, mas a proposta legislativa foi retirada de pauta pela Presidência da Casa.

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2013 às 15h37.

Brasília – O projeto de lei complementar que regulamenta os novos direitos trabalhistas dos empregados domésticos (PLS 224/2013) terá que passar pela apreciação da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal. A expectativa era que a matéria seguisse hoje (18) para votação em plenário, mas a proposta legislativa foi retirada de pauta pela Presidência da Casa.

Segundo explicou a assessoria da CCJ, como o texto define direitos trabalhistas, o regimento interno do Senado exige a análise pelo colegiado, o que motivou a decisão.

O relator da matéria, senador Romero Jucá (PMDB-RR), já recebeu o texto e tem até o dia 2 de julho para apresentar um parecer. Como Jucá foi autor do texto original, os senadores esperam receber o relatório antes do prazo final.

A CCJ tem prazo até o dia 16 de julho para decidir sobre a matéria que, então, seguirá para o plenário. O projeto foi apresentado no início do mês e aprovado na Comissão Mista de Consolidação da Legislação Federal e Regulamentação de Dispositivos da Constituição Federal, iniciando a tramitação pelo Senado. Depois, precisará de votação pela Câmara dos Deputados.

Em audiência pública realizada ontem (17) na Comissão de Direitos Humanos do Senado, a senadora Ana Rita (PT-ES) lamentou que o texto não fosse analisado por outras comissões antes de seguir para o plenário.


A expectativa da senadora era que as considerações de representantes da Justiça Trabalhista e de órgãos do governo contribuíssem para a elaboração de emendas que poderiam ser apresentadas durante a apreciação da matéria no plenário. Na CCJ, pontos polêmicos do texto que foram alterados durante a aprovação da matéria devem ocupar o centro das atenções dos senadores.

Ao falar a senadores, ontem, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho Maurício Godinho Delgado disse que a fiscalização nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não pode ser aplicada à relação entre empregador e trabalhador doméstico, como foi incluído no projeto. Delgado lembrou que, como a residência é considerada “asilo inviolável do indivíduo”, os auditores trabalhistas só poderiam entrar nas casas, como fazem em empresas, em casos específicos, como o de flagrante delito.

Outro impasse deve girar em torno do número de horas extras, que, pela Constituição Federal, é limitado a duas horas, e o prazo de compensação desse trabalho excedente. Pelo projeto que seguiria para o plenário, a compensação poderia ser feita em um período de 12 meses, por acordo entre empregados e empregadores. Juristas defendem que essa compensação seja feita em, no máximo, três meses.

O PLS 224/2013 regulamenta direitos instituídos pela Emenda Constitucional 72, aprovada no final de março por unanimidade no Senado. A partir dela, os trabalhadores que prestam serviços domésticos passaram a ter todos os direitos previstos na CLT, como horas extras remuneradas, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e indenização por demissão sem justa causa.

Acompanhe tudo sobre:Direitos trabalhistasLegislaçãoLeis trabalhistasPolítica no BrasilSenado

Mais de Brasil

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso

Chuvas fortes no Nordeste, ventos no Sul e calor em SP: veja a previsão do tempo para a semana

Moraes deve encaminhar esta semana o relatório sobre tentativa de golpe à PGR