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Projeto de Bolsonaro fará eleitor sentir saudade de Temer, diz Haddad

Fernando Haddad exaltou os valores que recebeu da sua família, citou pai e avô e voltou a criticar as notícias falsas e os boatos de que tem sido alvo

Fernando Haddad: candidato manifestou confiança de que estará no segundo turno contra o ex-capitão do Exército após a votação de domingo (Ricardo Moraes/Reuters)

Fernando Haddad: candidato manifestou confiança de que estará no segundo turno contra o ex-capitão do Exército após a votação de domingo (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de outubro de 2018 às 20h08.

Última atualização em 6 de outubro de 2018 às 21h45.

São Paulo - O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, disse neste sábado, véspera do primeiro turno da eleição, que o projeto defendido pelo candidato do PSL, Jair Bolsonaro, fará o eleitor sentir saudade do governo do presidente Michel Temer, um dos mais impopulares da história, e afirmou que o adversário, que lidera a corrida presidencial, representa a "quinta essência" de tudo o que ele não acredita.

Em uma entrevista ao lado da esposa, Ana Estella, Haddad exaltou os valores que recebeu da sua família, citou seu pai, seu avô e voltou a criticar as notícias falsas e os boatos de que tem sido alvo nas redes sociais, muitos deles voltados a afastá-lo do eleitorado evangélico.

"Existe um outro projeto, que é o do Bolsonaro, que vai fazer com que você tenha saudade do governo Temer, por incrível que isso possa parecer", disse Haddad, ao manifestar confiança de que estará no segundo turno contra o ex-capitão do Exército após a votação de domingo.

"Porque se o governo Temer é ruim, isso não significa que não pode piorar. E o projeto dele (Bolsonaro) é tirar, cortar o que você tem para ver se as pessoas voltam a investir. Isso não vai acontecer", disparou.

O petista também centrou fogo em Bolsonaro ao vinculá-lo à defesa da ditadura, da violência e ao desrespeito a mulheres e minorias, aproveitando-se de declarações polêmicas - muitas delas consideradas racistas, machistas, homofóbicas e misóginas por críticos - que Bolsonaro deu ao longo de sua carreira política.

"Nós temos todas as condições de derrotar sobretudo o que significa o deputado Bolsonaro, o que ele significa em termos de retrocesso nesse país, em termos de civilidade, em termos de solidariedade, em termos de respeito mútuo", disse Haddad.

"Ele é a quinta essência de tudo o que eu não acredito. Não acredito na violência, não acredito na ditadura, não acredito na falta de liberdade, não acredito nos desrespeito às mulheres, aos negros, não acredito no desrespeito à comunidade LGBT. Nada disso funciona no mundo desenvolvido. O que funciona é o oposto disso", argumentou.

Ao lado do marido, Ana Estella por diversas elogiou o candidato do PT e também criticou Bolsonaro por suas declarações em relação às mulheres.

"Mais uma coisa que a gente não precisa é de um candidato que tem coragem de falar das mulheres como esse candidato fala. Isso é inadmissível, isso é inaceitável. Isso tem que ser repudiado com todas as forças de todas as mulheres da nossa sociedade", disse ela.

Haddad, que voltou a citar Deus em sua fala e lembrou que é casado há 30 anos com a mesma mulher, fez um apelo para que seus simpatizantes busquem votos até o último minuto e, diante do crescimento de Bolsonaro nas pesquisas que têm colocado o ex-capitão mais próximo de uma eventual vitória já no domingo, defendeu a importância de um segundo turno.

"O Brasil sempre ganha quando tem um segundo turno, porque aí ninguém pode escamotear, ninguém pode se esconder atrás da falta de proposta, atrás da sua incompetência, atrás da sua inexperiência, ninguém vai poder fazer isso. Vai ter que se apresentar como é", afirmou Haddad.

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