Brasil

Programa De Braços Abertos é ampliado

Iniciado no dia 15 de janeiro, o programa oferece auxílio financeiro, moradia, trabalho e capacitação profissional aos usuários


	Usuário de crack: a prefeitura estima que houve redução de 50%, em média, no consumo de crack entre os beneficiários (Marcelo Camargo/ABr)

Usuário de crack: a prefeitura estima que houve redução de 50%, em média, no consumo de crack entre os beneficiários (Marcelo Camargo/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 15h51.

São Paulo - O programa De Braços Abertos, da prefeitura de São Paulo, será ampliado no período da noite, com atividades de lazer e cultura para os 386 dependentes químicos atendidos pelo programa.

De acordo com o prefeito Fernando Haddad, que fez hoje (14) o balanço de um mês de implantação da iniciativa, a medida é necessária, pois se identificou um fluxo maior de usuários após o encerramento das atividades dos agentes comunitários e de saúde, na região da Cracolândia, no bairro da Luz.

A atuação das equipes será estendida das 18h para as 22h.

“Vamos reforçar a presença do Estado. Serão comprados equipamentos de cultura para que eles possam se dedicar a outras atividades”, disse Haddad. Uma das ideias, segundo o prefeito, é instalar uma tevê em que eles possam assistir filmes, a partir da próxima semana.

Outra medida é a criação de 80 vagas em uma nova frente de trabalho para atuar em serviços de jardinagem e hortas comunitárias.

Hoje, beneficiários fazem a varrição de ruas do centro, e alguns atuam na administração municipal.

Iniciado no dia 15 de janeiro, o programa oferece auxílio financeiro, moradia, trabalho e capacitação profissional. Os dependentes viviam em barracas, nas ruas da Cracolândia.

Eles foram acolhidos em hotéis da região e recebem bolsa para trabalhar quatro horas por dia. Cada usuário recebe um salário mínimo e meio para gastos com alimentação e hospedagem, além de R$ 15 por dia de trabalho.

A prefeitura estima que houve redução de 50%, em média, no consumo de crack entre os beneficiários.


“O relato dos médicos aponta redução de consumo de até 70%. Há também os casos dos que abandonaram. É claro que isso está sujeito a oscilações e recaídas. Por isso que o acompanhamento é constante”, de acordo com o prefeito. Ele informou que não houve pedido de internação entre os atendidos pelo programa, mas reforçou que não há oposição em relação à iniciativa do governo estadual, que ampliou o número de leitos em hospitais e em comunidades terapêuticas. “Isso pode ocorrer, e nós estamos acompanhando para saber se há necessidade. Não há veto”, destacou.

De uma média de dez a 15 pedras de crack por dia, o consumo passou para cinco, concentrado no período noturno.

Com isso, o consumo compulsivo, ao longo do dia, fica limitado, possibilitando o desenvolvimento de atividades rotineiras, como cuidados próprios de saúde, alimentação e higiene.

Em relação à segurança, 25 pessoas foram detidas por suspeita de tráfico na área, e mais de 4 mil pedras de crack foram apreendidas.

A frequência dos participantes nas atividades do programa é de 89%. Segundo a prefeitura, as faltas ocorrem, geralmente, por motivo de recaída, exaustão física ou turbulências na vida social.

“Os conflitos são percebidos através de uma busca ativa dessas pessoas”, apontou a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer. Ela informou que estão sendo feitos Planos Individuais de Acompanhamento (PIA) e, a partir deles, a atividade do paciente é reorientada.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasCrackDrogasFernando HaddadMetrópoles globaisPolítica no BrasilPolíticos brasileirosPrefeitossao-paulo

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP