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Programa ajuda a reduzir desconfiança, diz analista

Programa de governo de Marina foi bem recebido pelo mercado financeiro

Marina Silva discursa durante o seu programa de governo, em São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)

Marina Silva discursa durante o seu programa de governo, em São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2014 às 20h20.

São Paulo - O programa de governo da coligação Unidos pelo Brasil, da candidata do PSB Marina Silva, foi bem recebido pelo mercado financeiro, que já deixou em suas reações às pesquisas de intenção de voto que deseja uma troca de poder na Presidência.

Analistas consultados pelo Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, afirmaram que Marina Silva caminha para ganhar a aceitação do mercado como ocorreu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2002.

A candidata está em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, atrás de Dilma Rousseff (PT), que busca a reeleição.

O economista-chefe da INVX Global Partners, Eduardo Velho, destacou as diretrizes econômicas do programa de governo da candidata, especialmente aquelas que analistas julgam necessárias para a realização dos ajustes na economia brasileira, como a recuperação do tripé econômico - meta de inflação, superávit fiscal e câmbio flutuante.

De acordo com ele, as propostas da coligação de Marina convergem de certa forma para as diretrizes do candidato do PSDB, Aécio Neves.

"O programa da Marina parece rever toda a política macro e microeconômica. E parece que o eleitor do Aécio de certa maneira se vê um pouco nesse programa", disse Velho.

O economista-chefe da INVX admite que ainda há uma certa desconfiança se Marina colocará todas as propostas pró-mercado em prática, já que ela nunca exerceu cargo Executivo. A situação é parecida com a que ocorreu em 2002, quando havia desconfiança sobre Lula antes dele publicar a "Carta ao Povo Brasileiro", que tranquilizou a iniciativa privada.

Velho, no entanto, disse que o mercado já precifica o "risco Marina Silva" em um patamar muito abaixo daquele relativo a Lula em 2002. Ele afirmou que, assim como o ex-presidente, Marina amenizou o seu discurso ao longo de sua trajetória política. 

"Os transgênicos, por exemplo, ela já não ataca veementemente como em 2010", afirmou.

O diretor da Escola de Investimentos Leandro&Stormer, Leandro Ruschel, afirma que o ajuste no discurso de Marina Silva se deve à percepção real de vitória por parte da candidata do PSB.

Ruschel disse que a desconfiança sobre ela se deve, principalmente, a dois setores específicos da economia, agronegócio e energia. "Mas nas últimas semanas o mercado notou que ela tem uma visão política mais pragmática do que o imaginado", afirmou.

"Pela reação da Bolsa dos últimos dias a Marina já ganhou o mercado", disse Ruschel, a respeito do bom momento da Bovespa. Ele, no entanto, alerta que o bom humor se deve mais à real possibilidade do fim do governo Dilma Rousseff do que à vitória de Marina Silva.

"O mercado adotou aquele discurso de que quem não tem cão caça com gato."

Tanto Ruschel quanto Velho admitem que a candidata do PSB se cercou de nomes bem vistos por investidores na sua campanha e que dá uma certa tranquilidade de que, se eleita, Marina Silva colocará em prática uma política econômica mais ortodoxa.

"Os nomes-chave que estão na campanha dela são pessoas sérias, que têm ideias pró-reformas", disse Eduardo Velho. Eles se referem a Eduardo Giannetti da Fonseca, atualmente assessor econômico de Marina, e ao economista André Lara Resende.

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