Manifestação de professores e servidores em frente à Câmara de Vereadores de São Paulo em 14/03/2018 (Clara Cerioni/Site Exame)
Luiza Calegari
Publicado em 14 de março de 2018 às 16h23.
Última atualização em 15 de março de 2018 às 15h40.
São Paulo – Professores e servidores municipais que protestavam em frente à Câmara de Vereadores de São Paulo nesta quarta-feira (14) dizem ter sido abordados pela Guarda Civil Municipal com bombas de gás.
A repórter de EXAME, Clara Cerioni, relata que as ruas no entorno da Câmara foram fechadas e que a circulação de carros foi suspensa. Helicópteros sobrevoavam o local e havia cheiro de gás nas ruas.
Vídeos mostram o momento em que são lançadas bombas de gás na rua em frente à Câmara (assista abaixo). Segundo o G1, houve tentativa de invasão do prédio e vidros foram quebrados.
O prefeito João Doria se pronunciou sobre o caso, condenando o episódio. “Houve uma invasão, não foi um convite, o que não justifica nenhum tipo de violência de nenhuma parte”, disse o prefeito. “Houve excesso das suas partes, de quem invadiu e da GCM também.”
A GCM informou em nota que "lamenta o fato de que, ao agir para proteger o patrimônio público e os vereadores de tentativas de agressão durante tumulto na sessão da CCJ da Câmara Municipal nesta quarta-feira (14), tenha havido o ferimento de uma das manifestantes. Na mesma data foi instaurado procedimento administrativo para apuração de todos os fatos e circunstâncias e respectivas responsabilidades".
Os professores estão em greve desde o dia 8 de março e a paralisação já atingiu 93% das escolas municipais de São Paulo, segundo um balanço da própria prefeitura divulgado pela Folha de S.Paulo.
A paralisação é em protesto contra uma “reforma da Previdência muncipal” que está sendo debatida na Câmara dos Vereadores.
A reforma prevê a elevação da contribuição previdenciária de 11% para 14%, além de instituir uma contribuição suplementar, com descontos de 1% a 5%, dependendo do salário do servidor.
Segundo os servidores, os vereadores estão acelerando a votação para que o projeto seja aprovado antes da saída do prefeito João Doria, que precisa renunciar ao cargo para concorrer ao governo do Estado nas eleições deste ano.
Para amanhã, foi convocada uma manifestação do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem) e do Sindicato dos Professores e Funcionários do Ensino Municipal de São Paulo (Aprofem).
A proposta foi aprovada hoje na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). Por volta das 17h, os vereadores discutiam se o projeto seria votado em primeira etapa ainda nesta quarta, em sessão extraordinária.
O texto precisa passar por duas votações em plenário. Mesmo que ele passe na sessão de hoje, ainda será mantida a audiência pública marcada para amanhã.
Pode haver alterações no projeto original depois do debate com a população. Depois disso, o texto passa para a segunda votação.