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Professores estaduais e municipais do Rio irão manter greve

Redes de ensino reivindicam reajuste salarial de 20%, redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais e um terço da carga horária para planejar aulas

Assembleia de professores: após deliberação, categoria seguiu para o Palácio Guanabara (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Assembleia de professores: após deliberação, categoria seguiu para o Palácio Guanabara (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2014 às 20h04.

Rio de Janeiro - Professores das redes estadual e municipal de ensino do Rio de Janeiro decidiram, em assembleia na tarde de hoje (22), continuar a greve iniciada há dez dias.

Após a deliberação - no Clube Hebraica Rio, em Laranjeiras - a categoria seguiu em passeata para o Palácio Guanabara, sede do governo estadual, com a finalidade de cobrar negociações com o governador Luiz Fernando Pezão e com o secretário estadual de Educação, Wilson Risolia.

Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), 3 mil docentes participaram da assembleia e do ato.

Já a Polícia Militar informou que 800 pessoas estavam na manifestação, que fechou parte da Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras.

De acordo com a coordenadora do Sepe, Marta Moraes, durante o protesto, o subchefe de gabinete da Secretaria de Estado da Casa Civil, Cláudio Marques, recebeu uma comissão do sindicato e garantiu intervir para que uma audiência com o governador seja marcada.

“Até o momento, nada de oficial veio do governo para conceder uma audiência. Ele [governador] atendeu a categoria dos policiais civis com apenas um dia de paralisação, mas não atende uma categoria que trabalha com a formação dos filhos dos trabalhadores. Ele está negando aos nossos alunos o direito de uma resolução rápida desta greve. Isso é muito grave”, disse.

As duas redes de ensino reivindicam reajuste salarial de 20%, redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais e um terço da carga horária para o planejamento de aula.

Na rede municipal, os representantes da categoria têm uma audiência com a secretária municipal de Educação, Helena Bomeny, na próxima quarta-feira (28). O sindicato informa que no encontro com a representante do órgão, que ocorreu no último dia 9, ficou acordado que a secretaria intermediaria uma audiência com o prefeito Eduardo Paes.

“É importante negociar com a secretária. Esperamos que nessa audiência [dia 28], ela nos dê respostas e apresente uma data de agendamento com o prefeito. Estamos dispostos a conversar com ela, faz parte do processo de negociação”, declarou Marta Moares.

Amanhã (23), os profissionais da educação têm um ato marcado para as 10h, em frente à Câmara Municipal, na Cinelândia, centro da capital fluminense.

Na próxima segunda-feira (26), haverá mobilização, às 10h, no Aeroporto Internacional do Galeão/ Tom Jobim, quando parte da seleção brasileira de futebol desembarcar.

De lá, os professores pretendem seguir até Teresópolis, região serrana, onde os jogadores ficarão concentrados na Granja Comary, na fase de treinamentos para a Copa do Mundo.

A Secretaria Estadual de Educação informou, em nota, que apenas 246 de 75 mil professores faltaram hoje.

Segundo a secretaria, o Sepe se recusou a negociar, “ausentando-se, inclusive, da audiência marcada pelo ministro Luiz Fux [do Supremo Tribunal Federal] e de outras reuniões do grupo de trabalho”.

A Secretaria Municipal de Educação também respondeu, em nota, que apenas 67 professores faltaram hoje, e ressaltou que todos os docentes que não apresentarem justificativa para a ausência terão os dias de falta descontados do salário.

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