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Professores de SP anunciam greve a partir de segunda contra volta às aulas

Segundo o sindicato, as escolas não têm condições sanitárias de receber os estudantes e há casos de funcionários e professores contaminados pelo coronavírus após reuniões de planejamento

Escolas: a volta às aulas ocorre em meio à segunda onda da pandemia de covid-19 no Brasil (Amanda Perobelli/Reuters)

Escolas: a volta às aulas ocorre em meio à segunda onda da pandemia de covid-19 no Brasil (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de fevereiro de 2021 às 17h00.

O sindicato dos professores da rede estadual paulista anunciou nesta sexta-feira, 5, que entrará em greve a partir de segunda-feira, 8, data marcada para a reabertura das escolas estaduais. A volta às aulas ocorre em meio à segunda onda da pandemia de covid-19 no Brasil. Segundo a Apeoesp, a decisão teve apoio de 81,8% dos professores.

Em assembleia realizada nesta sexta, os professores se manifestaram contra a decisão de reabrir escolas estaduais. Segundo a Apeoesp, as unidades não têm condições sanitárias de receber os estudantes e há casos de funcionários e professores contaminados pelo coronavírus após reuniões de planejamento. A Apeoesp fez um levantamento que apontou 147 casos de covid em escolas que tiveram algum tipo de atividade presencial.

A Escola Estadual Ermelino Matarazzo, na zona leste, chegou a anunciar que não receberia os alunos na segunda-feira, por causa de contaminações. De acordo com o subsecretário, as escolas que tomaram medidas fora dessas orientações são procuradas pela pasta. "(Fechar a escola) Não é a melhor forma de lidar, causa interrupção e até um desconforto na comunidade escolar, um medo" argumenta o subsecretário de articulação regional da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Henrique Pimentel.

Pimentel diz que as escolas estaduais que tiveram registro de casos de covid-19 em funcionários devem retomar as aulas presenciais na segunda-feira. O retorno será retardado exclusivamente em instituições que estão em obras ou outros impeditivos. Ele argumenta que não há indício de contágio dentro de escolas estaduais desde a retomada de parte dos trabalhos presenciais. "Se seguir direitinho as orientações, respeitar o distanciamento e o uso de equipamentos de uso individual, a chance é pequena (de transmissão)", afirma.

Nesta sexta-feira, o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, informou que as escolas da rede vão receber apenas 35% dos estudantes, mesmo em regiões que avançaram para a fase amarela do plano de flexibilização da quarentena. Nesta fase, o porcentual poderia subir para 70%, mas Rossieli argumenta que uma mudança agora causaria desinformação entre as famílias.

A volta às aulas na rede estadual foi adiada em uma semana. Inicialmente prevista para o dia 1º de fevereiro, o retorno passou para o dia 8. Segundo o secretário, o adiamento foi para facilitar o planejamento das escolas. Rossieli também retirou a obrigatoriedade de os alunos frequentarem as aulas na escola. O retorno passou a ser facultativo nas fases laranja e vermelha. Nesta sexta, foi mantido de forma opcional durante o mês de fevereiro na rede estadual, mesmo durante a fase amarela.

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