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Professores de 27 universidades federais aprovam greve na 5ª

Além da PEC do Teto, os docentes também são contrários à "forma e conteúdo" que a reforma do ensino médio foi apresentada pelo governo Temer

Greve: "A PEC vem para reduzir ainda mais o orçamento que já insuficiente para a manutenção das instituições" (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Greve: "A PEC vem para reduzir ainda mais o orçamento que já insuficiente para a manutenção das instituições" (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de novembro de 2016 às 22h18.

Depois da mobilização dos estudantes da educação básica e universitários contra a PEC do Teto de Gastos e a Medida Provisória que reforma o ensino médio, propostas do governo Michel Temer (PMDB), os professores de ao menos 27 universidades federais aprovaram greve a partir de quinta-feira, 24, por tempo indeterminado, segundo a Associação Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), principal sindicato da categoria.

A maioria das instituições é de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco.

"A conjuntura política está cada vez mais acirrada, a PEC foi aprovada na câmara sem discussão nenhuma com a sociedade. Por isso, sentimos a necessidade de ampliar a mobilização contra essas medidas", disse Eblin Farage, presidente da Andes.

Segundo Eblin, outras 17 instituições estão com indicativo de greve e devem votar a participação nos próximos dias. Entre elas, está a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que aprovou indicativo de paralisação para os dias 28 e 29 de novembro.

"As universidades já vivem hoje com um corte de gastos severo. A PEC vem para reduzir ainda mais o orçamento que já insuficiente para a manutenção das instituições."

De acordo com Eblin, os docentes também são contrários à "forma e conteúdo" que a reforma do ensino médio foi apresentada pelo governo Temer.

"Primeiro, por ter sido uma mudança importantíssima e que querem empurrar sem nenhuma discussão. E segundo, por impactar diretamente nas universidades que formam os professores que dão aulas no ensino médio e que podem não ter mais suas disciplinas como obrigatórias na grade curricular", disse.

No ano passado, docentes e funcionário técnico-administrativos de 48 das 63 universidades federais do País ficaram mais de dois meses em greve contra os cortes orçamentários.

A paralisação fez com que o início das aulas do segundo semestre fossem adiadas em algumas unidades e afetou em junho a matrícula dos aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que usa a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Mobilização

De acordo com o último levantamento da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), 223 universidades estão ocupadas no país contra as duas propostas. Também estão ocupadas 393 escolas - no fim de outubro o número passava de mil.

Com a pressão para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e pela atuação mais forte das polícias para a desocupação de colégios, a mobilização contra as medidas do governo federal se concentraram nas universidades.

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