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Infraestrutura é principal desafio do Cid Gomes no Ceará

Especialista defendem que investimentso em estrada e na agricultura são a principal tarefa do governador reeleito

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

Fortaleza - O governador reeleito do Ceará, Cid Gomes (PSB), terá em seu novo mandato desafios na área de infraestrutura. Com economia vigorosa nos setores de serviço - especialmente turismo -, na parte agrícola e na indústria, o estado se ressente da situação precária das estradas, das falhas em telecomunicações e do transporte urbano insuficiente nas maiores cidades. A avaliação é do professor de economia da Universidade Federal do Ceará, Francis Carlo Petterini.

Segundo ele, a parte turística, que se estende por todo o litoral, responde por 10% a 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado. O maior problema nessa área está na dificuldade de locomoção na capital, onde se concentra a maior parte dos turistas. "Não há metrô em Fortaleza. É a quarta maior cidade do país e não há uma única linha de metrô. E já há problemas sérios para se locomover na capital", explica o professor.

Outro problema que prejudica o turismo e áreas da economia local é a deficiência nas telecomunicações. Segundo Petterini, todas as linhas de fibras óticas que chegam ao Brasil vindas dos Estados Unidos e da Europa passam por Fortaleza. Mesmo assim, essas linhas são direcionadas para os grandes centros do país e não são levadas ao interior do estado.

No interior se concentra outro grande desafio relacionado à agricultura. Na região conhecida como Baixo Jaguaribe, na fronteira com o Rio Grande do Norte, o Ceará tem agricultura de ponta. Os produtos são quase todos para exportação e beneficiados por lavouras irrigadas. Essa região, mais estruturada, tem grande interesse na transposição das águas do Rio São Francisco.

O resto do interior do estado, contudo, sofre com o clima do semiárido e tem dificuldade de produção. Nessas regiões falta assistência técnica de agrônomos e veterinários e os produtores não têm acesso à tecnologia. Segundo o professor, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematece) está subutilizada e não tem feito concurso público para técnicos que atendam no interior.

Nesses locais, os produtores preferem a criação de animais, a maioria aves, suínos e gado. O Ceará produz ainda 129,5 mil toneladas de feijão, 71,5 mil toneladas de arroz e 357,3 mil toneladas de milho, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A parte industrial do estado conta com os benefícios do moderno Porto de Pecém. Segundo o professor, a região metropolitana de Fortaleza e o município de Maracanaú são os mais beneficiados pela proximidade do porto. "Pecém é um porto mecanizado e barato, diferente do Porto de Santos, onde os sindicatos são muito fortes, não permitem a mecanização e a mão de obra é cara. O Porto de Pecém é um aspecto muito positivo na economia do estado", diz o economista.

Outro porto que beneficia a produção industrial do Ceará é o de Suape, em Pernambuco. É para lá que se escoa a produção da região do Cariri, que concentra as cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbália. A região, segundo Petterini, conta com mão de obra qualificada, duas universidades, vôos regulares de companhias comerciais e um bom relevo que permite ter água o ano todo.

Há ainda uma Zona de Processamento de Exportações no município de São Gonçalo do Amarante, onde estão instaladas uma grande siderúrgica e uma refinaria de petróleo.

O último polo industrial do Ceará fica na cidade de Sobral, onde está instalada uma fábrica de sapatos, que responde por grande parte dos empregos com carteira assinada do município. "Essa fábrica recebeu incentivos fiscais para se instalar na região no fim dos anos 90. Ela produz para exportação e emprega um quarto das 100 mil pessoas economicamente ativas do município", informa Petterini.

O emprego com carteira assinada é outro desafio do governo cearense. O estado tem aproximadamente 5 milhões de pessoas economicamente ativas, mas só cerca de 2 milhões são empregadas com carteira assinada.

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