Brasil

Produção industrial recua 0,2% em outubro ante setembro, com queda concentrada no RS, RJ, ES e PE

Por outro lado, de acordo com pesquisa do IBGE, a indústria brasileira cresceu 5,8% em outubro de 2024, frente ao mesmo mês do ano anterior

O desempenho positivo anual foi puxado, sobretudo, pelo Rio Grande do Norte, com alta de 25% (Leandro Fonseca/Exame)

O desempenho positivo anual foi puxado, sobretudo, pelo Rio Grande do Norte, com alta de 25% (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 14h16.

O recuo na produção da indústria brasileira de 0,2% em outubro, na comparação setembro, foi concentrado em quatro dos 15 locais consultados pela Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional), divulgada nesta sexta-feira, 13, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No último dia 4, o IBGE divulgou que a variação negativa interrompeu dois meses consecutivos de crescimento, período em que a indústria acumulou ganho de 1,2%. Agora, a pesquisa detalha que os recuos mais acentuados foram verificados no Rio Grande do Sul com -1,4%; Rio de Janeiro, -1,3%; Pernambuco, -0,8%, e Espírito Santo, que registrou -0,5%.

No estado gaúcho, os setores de produtos do fumo; produtos químicos; e celulose, papel e produtos de papel foram os que mais contribuíram para o resultado negativo. Enquanto na unidade federativa fluminense, os principais responsáveis foram os setores extrativos e de máquinas e equipamentos.

Esse é o seguindo mês seguido de queda na produção industrial do Rio, que acumula uma redução de 3%.

O desempenho negativa da indústria em outubro foi atribuído pelo IBGE a fatores macroeconômicos. O instituto avalia que a cadeia produtiva industrial é beneficiada pelo aquecimento do mercado de trabalho  a redução do desemprego, que faz aumentar o consumo das famílias.

Os dados mais recentes mostram que a taxa de desemprego no trimestre encerrado em outubro de 2024 ficou em  6,2%, a menor taxa de desocupação da série histórica da PNAD Contínua do IBGE, iniciada em 2012.

No entanto, a taxa de juros em patamares elevados encarecem o crédito, de acordo com a pesquisa, e impacta negativamente tanto o consumo como o investimento na produção industrial, assim como a inflação.

Por outro lado, Pará, Mato Grosso, Paraná e Ceará registraram os avanços mais elevados neste mês. No primeiro local, a alta foi de 7%, interrompendo três meses consecutivos de recuo na produção, período em que acumulou perda de 7,5%.

Já o Mato Grosso registrou 4,6%, um ganho de 9,3% em quatro meses consecutivos de taxas positivas. O  terceiro estado ficou com 3,7%, intensificando o crescimento de 1,1% observado em setembro. Já o Ceará, com 3,5% em outubro, eliminou parte da queda de 5,2% verificada no mês passado.

Em seguida aparece a Bahia com 2,3% e Goiás, com 2%. Mesmo percentual de São Paulo (2,0%), o maior parque industrial do país. Os demais resultados positivos em outubro de 2024 foram verificados no Amazonas, com 1,7%; Santa Catarina, 1,0%; Minas Gerais, com 0,6%, e Região Nordeste, 0,1%.

O índice de média móvel trimestral para a indústria avançou 0,3% no trimestre encerrado em outubro, frente ao nível do mês anterior.

Nesse quesito, 10 dos 15 locais pesquisados apontaram taxas positivas. O destaque ficou no Mato Grosso (2,3%), Goiás (1,4%), Pará (0,9%), São Paulo (0,7%) e Santa Catarina (0,7%). Enquanto os principais recuos foram registrados em Pernambuco (-1,7%) e Amazonas (-1,1%).

Indústria cresce 5,8% em um ano

Apesar do recuo em outubro, a indústria cresceu 5,8% no mesmo mês se comparado ao resultado de outubro de 2023. Os resultados positivos foram identificados em 16 dos 18 locais pesquisados.

O desempenho foi puxado, sobretudo, pelo Rio Grande do Norte, com alta de 25,0%. No estado potiguar, o destaque é por conta das atividades de coque, com produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, como óleo diesel e querosenes de aviação.

Em seguida aparece o Pará, com 12,5%. O estado tem como referência as indústrias extrativas de minérios de manganês e de ferro em bruto ou beneficiados). Com 12,2%, Santa Catarina também se destaca como produção na indústria de confecção de artigos do vestuário e acessórios, produtos alimentícios, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, máquinas e equipamentos e produtos de madeira.

O Mato Grosso também teve desempenho industrial positivo de 12% com produtos alimentícios como carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja, óleo de soja refinado e em bruto e carnes e miudezas de aves congeladas.

Já no Paraná, com 11,3%, o resultado foi puxado pelos veículos automotores, reboques e carrocerias e produtos alimentícios como amidos, féculas ou polvilhos, rações e carnes de bovinos congeladas.

O Ceará (8,5%) e o Mato Grosso do Sul (7,2%) também apontaram taxas positivas mais intensas do que a média nacional, que ficou 5,8%. São Paulo (5,8%), Minas Gerais (5,4%), Maranhão (5,0%), Amazonas (4,3%), Região Nordeste (4,0%), Rio Grande do Sul (2,7%), Espírito Santo (1,7%), Bahia (1,7%) e Goiás (1,5%) completaram o conjunto de locais com crescimento na produção na comparação anual.

Repetindo o resultado mensal, o Rio de Janeiro assinalou o recuo mais elevado, com -5,8%, pressionado, em grande parte, pela atividade de indústrias extrativas de óleos brutos de petróleo, segundo o IBGE. Houve queda ainda de 0,7% em Pernambuco.

Acompanhe tudo sobre:IndústriaPolítica industrialIndústrias em geralIBGE

Mais de Brasil

Movimentos de Bolsonaro contra denúncia da PGR podem congestionar definição da direita para 2026

DER não recomendava estrada escolhida por motorista do acidente entre ônibus e caminhão em SP

Como consultar nome sujo no SPC e Serasa? Veja tutorial

Perfil de Moraes no X, rede social de Elon Musk, fica indisponível