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Procuradoria blinda documentos sobre operador de propinas

A Odebrecht nega envolvimento com o esquema de propinas que se instalou na estatal petrolífera entre 2004 e 2014

Odebrecht: obra envolve a estrada interoceânica, que une o Brasil à costa peruana, executada com a participação da Camargo Correa e da Odebrecht (Vanderlei Almeida/AFP)

Odebrecht: obra envolve a estrada interoceânica, que une o Brasil à costa peruana, executada com a participação da Camargo Correa e da Odebrecht (Vanderlei Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2015 às 11h00.

Curitiba - O Ministério Público Federal se manifestou à Justiça Federal em Curitiba pelo veto à liberação de documentos que embasaram a inclusão do nome de Bernardo Freiburghaus - suposto operador de propinas da empreiteira Odebrecht na Suíça - na difusão vermelha da Interpol, a Polícia Internacional.

A difusão vermelha é o índex dos mais procurados em todo o planeta. Freiburghaus foi inserido no cadastro porque é alvo da Operação Lava Jato, investigação sobre corrupção na Petrobras. Os investigadores atribuem a Freiburghaus o papel de operador de propinas da empreiteira Odebrecht na Suíça.

Um indício dessa relação com a construtora, segundo a força-tarefa da Lava Jato, são os frequentes telefonemas entre Freiburghaus e o diretor da Odebrecht Rogério Araújo - afastado do cargo depois que foi preso, em 19 de junho. Entre 2010 e 2013, eles trocaram 135 ligações, em datas que coincidiram com depósitos de valores em contas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa. Em delação premiada, Costa confessou ter recebido US$ 23 milhões da Odebrecht.

Em petição à Justiça Federal no Paraná, base da Lava Jato, a defesa de Freiburghaus afirmou que ele é um "agente de investimentos" e que as acusações são "crianção mental" da Procuradoria da República.

A Odebrecht nega envolvimento com o esquema de propinas que se instalou na estatal petrolífera entre 2004 e 2014. A empreiteira afirma que nunca realizou pagamentos ilícitos.

Por meio de seus advogados, Freiburghaus, que mora na Suíça, pediu acesso aos documentos relacionados à cooperação jurídica internacional dirigida àquele País europeu.

Mas os procuradores da República Orlando Martello e Diogo Castor de Mattos, que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato, se opõem à abertura dos dados para Freiburghaus. "Os procedimentos mencionados correm em sigilo, ante a cautelaridade dos pedidos neles contidos. O Ministério Público Federal manifesta-se pelo indeferimento do pedido de Bernardo Freiburghaus para não prejudicar a eficácia das investigações."

O juiz Sérgio Moro, que conduz as ações decorrentes da investigação, vai examinar a manifestação dos procuradores e decdidir se libera ou não os documentos solicitados por Freiburghaus.

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