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Procuradores detalham "estrutura de propinas" da Odebrecht

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a partir do material apreendido na 23ª fase foram descobertas planilhas de controle dos pagamento


	Odebrecht: empreiteira pagou pelo menos US$ 3 milhões em conta secreta do marqueteiro na Suíça
 (Vanderlei Almeida/AFP)

Odebrecht: empreiteira pagou pelo menos US$ 3 milhões em conta secreta do marqueteiro na Suíça (Vanderlei Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2016 às 11h32.

São Paulo - A Operação Xepa - 26ª fase da Lava Jato - deflagrada nesta terça-feira, 22, abre novas linhas de investigação do pagamento de propinas pelo Grupo Odebrecht em outras obras públicas, que extrapolam a Petrobras - foco inicial das investigações.

As informações são da força-tarefa dessa operação, que concede nesta manhã, em Curitiba, entrevista coletiva para explicar a mais nova fase dessa operação, que é um desdobramento da 23ª fase, batizada de Acarajé e que teve como foco o marqueteiro do PT, João Santana, e sua mulher, Mônica Moura.

"Existe um sistema inclusive automático de controle desses pagamentos com distribuição de alçadas com pagamentos em setores de óleo e gás, infraestrutura, estádios de futebol, canal do sertão", afirmou o procurador da República Carlos Fernando Santos de Lima, durante a entrevista coletiva.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a partir do material apreendido na 23ª fase foram descobertas planilhas de controle dos pagamentos de propina da Odebrecht. A empreiteira pagou pelo menos US$ 3 milhões em conta secreta do marqueteiro na Suíça.

Na entrevista, a força-tarefa disse que o foco da operação deflagrada hoje é a Odebrecht. A procuradora da República Laura Tessler afirmou que as descobertas mostraram uma "estrutura profissional de pagamento de propinas na Odebrecht".

Segundo ela, eram "pagamentos sistemáticos" com entregas de valores em moeda no Brasil e transferências no exterior e a empresa tinha uma contabilidade paralela e setor próprio para o pagamento de propina.

A investigação também achou indícios do envolvimento de Marcelo Odebrecht, presidente do grupo e que está preso, no pagamento dessas propinas. Informações do celular de Odebrecht são compatíveis com as encontradas nas tabelas investigadas.

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