Peritos da Polícia Federal protestam: delegados da PF envolvidos na operação que postaram nas redes sociais mensagens de apoio a Aécio Neves (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2014 às 07h36.
São Paulo - Os Procuradores da República da força-tarefa do Ministério Público Federal que atua nas ações da Lava Jato divulgaram nota ontem (13) em defesa dos delegados da Polícia Federal envolvidos na operação que postaram nas redes sociais mensagens de apoio ao então candidato do PSDB, Aécio Neves, e críticas à presidente Dilma Rousseff, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT durante a campanha eleitoral.
"Em nosso país, expressar opinião privada, mesmo que em forma de gracejos, sobre assuntos políticos é constitucionalmente permitida, em nada afetando o conteúdo e a lisura dos procedimentos processuais em andamento", afirma o comunicado do Ministério Público Federal.
Os procuradores afirmam na nota que o texto foi divulgado para "reiterar a confiança e o apoio aos delegados, agentes e peritos da Polícia Federal que trabalham" na operação.
"A exploração pública desses comentários carece de qualquer sentido, pois o objetivo de todos os envolvidos nessa operação é apenas o interesse público da persecução penal e o interesse em ver reparado o dano causado ao patrimônio nacional, independentemente de qualquer coloração político-partidária", conclui o texto do Ministério Público Federal.
A força-tarefa é composta por seis procuradores federais que acompanham as 12 ações penais decorrentes da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, além dos inquéritos que surgiram com a operação da Polícia Federal.
Eles detêm ampla experiência em ações contra esquemas de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
A Lava Jato, que apura um esquema de corrupção, desvios de recursos e pagamento de propinas na Petrobras, foi deflagrada em março.
Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa tinha como principais protagonistas o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.
A investigação aponta para lavagem de R$ 10 bilhões. Parte desse montante teria origem em desvios de verbas públicas. Costa e Youssef firmaram acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal.
A contribuição do ex-diretor da Petrobras já foi homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, e ele cumpre prisão domiciliar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.