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Procurador diz que Lava Jato pode mudar o mundo

"Nenhuma mudança virá apenas a partir da Lava Jato. Mas com uma alavanca e um ponto de apoio, podemos mover o mundo", afirmou o procurador


	Lava Jato: Dallagnol participa da cerimônia de entrega de assinaturas para a proposta de projeto de lei de iniciativa popular contra corrupção
 (Rodolfo Buher/ REUTERS)

Lava Jato: Dallagnol participa da cerimônia de entrega de assinaturas para a proposta de projeto de lei de iniciativa popular contra corrupção (Rodolfo Buher/ REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2016 às 12h29.

São Paulo - O procurador Deltan Dallagnol afirmou nesta quinta-feira, 25, que a Operação Lava Jato não é suficiente para mudar o mundo, mas que pode ser alavanca para tal.

"Nenhuma mudança virá apenas a partir da Lava Jato. Mas com uma alavanca e um ponto de apoio, podemos mover o mundo", afirmou o procurador, que integra a força-tarefa da operação.

"Que a esperança e a energia geradas a partir da Lava Jato sejam a alavanca e o ponto de apoio para mudar o mundo para nós e futuras gerações."

Dallagnol participa da cerimônia de entrega de assinaturas para a proposta de projeto de lei de iniciativa popular 10 Medidas contra a Corrupção.

A proposta é de iniciativa do Ministério Público Federal e tem Dallagnol entre seus principais articuladores.

Com as assinaturas entregues nesta quinta-feira, o projeto ultrapassa 1,5 milhão de assinaturas e poderá ser encaminhado para o Congresso Nacional, a exemplo do que foi feito no caso Ficha Limpa.

Dallagnol fez um discurso idealista e disse que é possível "sonhar com um mundo melhor".

"Não permitimos que frustração advinda da impunidade nos derrotasse. Nós vencemos a frustração com a esperança", afirmou ao agradecer entidades civis e movimentos que ajudaram na coleta de assinaturas.

O procurador também pediu que a mobilização continue até o projeto chegar ao Congresso, o que deve levar algumas semanas, e ser aprovado pelos parlamentares.

O procurador Carlos Fernando Lima, outro integrante da Lava Jato, também participa do ato na capital paulista. Ele cumprimentou o colega pela iniciativa de tocar o projeto de lei.

"Quero agradecer o doutor Deltan por restaurar o idealismo que talvez há muito tempo eu tivesse perdido."

O sub-procurador geral do MPF e coordenador da Câmara de Combate à Corrupção da instituição, Nicolau Dino, que coordenou a produção do projeto, disse que a proposta atende à "expectativa de milhões de brasileiros que esperam respostas das instituições e de seus representantes".

"Mas a iniciativa mostra que não somos espectadores de uma realidade adversa, mas pelo contrário, estamos agindo. Não somos espectadores inertes, somos protagonistas da nossa história. Não nos limitamos mais a votar e esperar que as mudanças caiam do céu", afirmou.

O evento prestou homenagens a entidades que apoiaram a coleta de assinaturas, como o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP), a Receita, o Sindicato dos Químicos da Baixada Santista, a Igreja Batista, a maçonaria paulista e os movimentos Política Viva e Vem pra Rua.

A socialite Rosângela Lyra esteve no palco e levou a atriz Maria Fernanda Cândido, que deu apoio à mobilização. A atriz disse ser "Muito emocionante ver o Brasil acordado".

A proposta de projeto de lei foi apresentada pelo Ministério Público Federal e alcançou a marca de 1,5 milhão de assinaturas com a entrega, hoje de 116 mil nomes contabilizados pelo Ministério Público Federal de São Paulo na última semana.

Com isso, ultrapassa a meta de apoios necessários para que o projeto seja levado ao Congresso como de iniciativa popular.

O Estado de São Paulo reuniu quase um quarto das assinaturas colhidas pelo País.

O 10 Medidas contra a Corrupção contempla a criminalização do enriquecimento ilícito, o aumento das penas para corrupção de altos valores, a reforma no sistema de prescrição penal, a celeridade nas ações de improbidade administrativa, a responsabilização dos partidos políticos e a criminalização do caixa 2, entre outros ajustes.

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